Aumento da criminalidade na Mouraria. Sindicato alerta para falta de polícias municipais que estão "sobrecarregados"
À TSF, o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais relaciona a falta destas autoridades com a "pouca atratividade" da profissão
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A falta de polícias municipais deve-se à "pouca atratividade" da profissão. Quem o diz é o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM), Pedro Oliveira, na sequência da denúncia da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, relativamente ao aumento da violência e tráfico de droga na zona da Mouraria.
Sobre as queixas de aumento de violência e tráfico de droga, o presidente do SNPM considera que "o aumento do aglomerado populacional" leva a que a polícia municipal se foque noutros problemas.
"Nós sabemos, neste momento, [que há] habitações, que tinham condições para viverem 4 ou 5 pessoas, [mas] estão a viver 15 ou 20 pessoas. Tudo isso traz um transtorno enorme nas relações sociais e de cidadania, no que diz respeito ao ruído e às relações de vizinhança." O controlo destas situações cabe à Polícia Municipal, organismo que está "sobrecarregado com esse tipo de novos fenómenos".
A Câmara de Lisboa admite, em resposta enviada à TSF, que faltam agentes da Polícia Municipal nas ruas da capital. A autarquia lembra que, até agora, chegaram apenas 25 dos 200 agentes pedidos ao Governo. "A CML tem insistido, desde o primeiro dia, na necessidade de a Polícia Municipal de Lisboa ser reforçada com mais agentes – tendo até ao momento chegado apenas 25 dos 200 elementos que têm vindo a ser pedidos – e também de haver mais agentes da PSP nas ruas da cidade", lê-se na nota.
Considerando que "a profissão de polícia, hoje em dia, é de alto risco e está completamente desvalorizada", o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, deixa críticas ao executivo da Câmara de Lisboa, liderado por Carlos Moedas, e à forma como está planeado o policiamento. “Não há efetivos no quadro das polícias suficientes para tudo, mas as polícias têm de fazer uma interpretação do território porque há zonas mais sensíveis do que outras e Santa Maria Maior deveria ser considerada de particular atenção, presença e incidência”.
A Junta organiza esta quinta-feira uma sessão pública, no Hotel Mundial, para denunciar as preocupações dos moradores.
