Aumentos de 0,3%? "Não há melhores serviços públicos com este tipo de atitude"
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, a Federação de Sindicatos de Administração Pública e a Frente Comum criticam a proposta de aumento do Governo. Ana Avoila diz mesmo que a tentativa do Executivo de negociar não passa de encenação.
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Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, criticou esta manhã a ministra da Administração Pública por vincar que a proposta de aumentos salariais de 0,3% "é um ponto fechado" na negociação com os sindicatos. Na perspetiva da sindicalista, o que o Governo oferece não é mais do que "trocos".
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"Surpreendeu-nos que conseguisse dizer a todos os portugueses que serão trocos. Os portugueses não vivem com trocos, sejam os seus salários de 683, sejam os 750 ou até os 1200 euros." Para a representante do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, o Executivo deve compreender que os contribuintes "organizam a sua vida face a uma remuneração certa com que contam".
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Esta postura de Alexandra Leitão leva então a sindicalista a declarar: "Não vamos lá..." Helena Rodrigues deixa também um aviso. "Não há melhores serviços públicos com este tipo de atitude. Não há esperança para a generalidade dos portugueses quando as escolhas políticas começam a ser estas."
Para a Federação de Sindicatos de Administração Pública (Fesap), os 0,3% sugeridos são "inaceitáveis". Também ouvido pela TSF esta manhã, José Abraão garante que os sindicatos levarão para a reunião desta quinta-feira "uma proposta no sentido de que estes 0,3% - que são completamente inaceitáveis - possam vir a ser discutidos".
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Ainda assim, refere o secretário-geral da Fesap que "as expectativas [para o encontro] são reduzidas, porque o problema não está nos dez euros". Acrescenta José Abraão que "o problema está em ainda não termos obtido uma resposta sobre uma proposta para subsídio de refeição, recuperação dos pontos dos trabalhadores que no ano passado foram apagados e outras questões".
"Vamos ver se o Governo está disposto a ir mais longe, sendo que o problema é que o que está em cima da mesa é inaceitável para a Fesap", conclui.
Ana Avoila, da Frente Comum, alega que a proposta do Governo é "muito tímida" e que se trata de uma encenação. "Acho que revela uma vontade de passar a imagem de que está a negociar e de que tem vontade de negociar. Para isso corresponder à realidade, não pode ser com propostas destas."
"Depois as pessoas vão fazer as contas às suas vidas e veem o que aquilo dá, ainda por cima num país com esta carga fiscal e onde o custo de vida está a subir, bem como os impostos indiretos", remata.
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