Os pedidos aceites para a atribuição da nacionalidade portuguesa já são mais do dobro do número de nascimentos em Portugal.
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Os dados do Ministério da Justiça e revelados esta manhã pelo Jornal de Notícias apontam para 180 mil pedidos de nacionalidade que receberam no ano passado luz verde para avançar.
A maioria dos pedidos de nacionalidade Portuguesa tem origem em cidadãos do Brasil, Cabo Verde e Israel. Os israelitas chegaram o ano passado pela primeira vez a este patamar o que é um efeito da alteração da Lei da Nacionalidade realizada há sete anos que permitiu aos descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica pela Inquisição pudessem requerer a nacionalidade com base apenas num estudo das origens da família a comprovar que tem origens em Portugal.
Dos 180 mil pedidos de nacionalidade feitos no ano passado cerca de 25 mil são com base nos judeus sefarditas, ou seja cerca de 14%.
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Estes dados fizeram tocar as campainhas no grupo parlamentar do Partido Socialista que propôs assim uma alteração à Lei para evitar que esta facilidade se transforme num negócio para a obtenção de Passaporte Europeu e assim terem acesso facilitado a vistos que um Passaporte Israelita não contempla. O PS quer que os judeus sefarditas vivam dois anos em Portugal para a obtenção da nacionalidade.
De resto, como é habitual, o maior volume de pedidos chegou de cidadãos da comunidade de países de língua portuguesa até porque um dos requisitos para ter a cidadania é ter conhecimentos de português.
Outra das exigências para as pessoas maiores de idade é residir há seis anos em Portugal, já para os menores que sejam filhos de imigrantes são precisos dois anos a viver no país.
Entretanto, a tendência de crescimento dos pedidos de nacionalidade têm-se mantido este ano. Até 30 de abril, nos primeiros 4 meses do ano, foram atribuídos mais de 50 mil pedidos de nacionalidade portuguesa.