Em causa está a decisão da empresa de deixar de garantir o transporte rodoviário alternativo ao troço Covilhã-Guarda, que não vai ser reactivado.
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O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, está indignado com a atitude da CP.
A empresa informou, esta quarta-feira, em comunicado, que a partir de março vai por fim ao serviço rodoviário alternativo que assegurava, na sequência da suspensão da circulação de comboios entre a Covilhã e a Guarda.
A CP entende que deixou de ter essa obrigação, uma vez que o plano estratégico dos transportes prevê em definitivo que o troço não seja reactivado.
O autarca da Covilhã, o social-democrata Carlos Pinto considera que mais valia extinguir a empresa, tal a falta de respeito que demonstra pelas populações.
«Esperávamos que nesta nova fase governativa do país, a CP tivesse, pelo menos, o mínimo de decência quanto ao seu papel no transporte ferroviário em Portugal. Encerrou a linha de caminho-de-ferro da Covilhã para a Guarda e a obrigação mínima era de garantir um transporte alternativo, mesmo que por via rodoviária», explicou.
«Com esta atitude, o que significa é que esta empresa, tal como já sugeri há algum tempo, é que devia ser extinta», afirmou Carlos Pinto.
O autarca diz ainda que o estado de coisas que se apresenta merece denuncia, e que a Câmara da Covilhã poderá mesmo pedir ao Governo para que intervenha.
«O que a Câmara vai um dia destes fazer é procurar mostrar ao país este absolutismo de termos uma ligação estratégica que está encerrada. Investiram-se centenas de milhões de euros na electrificação do Entroncamento até à Covilhã, e agora não temos comboios», revelou o autarca.
«Não há apuramento de responsabilidades e a Câmara vai ter que denunciar isto e apelar ao Governo que intervenha numa atitude mínima de dissolver esta empresa e criar qualquer coisa que mereça a credibilidade dos cidadãos e das instituições», sugeriu.
A Câmara do outro lado da linha, a da Guarda promete reagir esta quinta-feira. A TSF procura também um contacto com o gabinete de comunicação da CP.