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Autarca de Aveiro diz que ajustamento nos autocarros terá custo pouco relevante para o município.
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O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, admitiu hoje que os ajustamentos ao transporte urbano acordados com o concessionário poderão ter um aumento do custo para a autarquia, mas será pouco significativo.
"Há um processo negocial que se abriu, e que ainda não está terminado, e o compromisso absoluto de acordo entre as partes. A haver impacto na fatura paga pela câmara não será relevante, em termos de percentagem do valor a pagar anualmente ao concessionário pelo serviço público que presta, que é de cerca de um milhão de euros, e inclui os transportes escolares e os passes sociais", disse à Lusa o autarca.
A Câmara de Aveiro anunciou hoje um conjunto de ajustamentos aos transportes urbanos, acordados com o concessionário (pertencente ao grupo Transdev e que adotou no concelho a designação de AveiroBus), que entram em vigor segunda-feira, em resposta "às reclamações e propostas dos utentes".
"No que respeita aos ajustamentos cuja execução se inicia na segunda-feira, dia 06 de março, para além de alguns ajustes de percurso, vamos introduzir 18 novos horários e 15 alterações de período de funcionamento (verão e/ou inverno para anual), relembrando que executamos assim um compromisso previsto desde antes do início da concessão, além de implementarmos acertos resultantes de novas dinâmicas e melhorias que entendemos por bem introduzir nos circuitos", anuncia o executivo presidido por Ribau Esteves em nota de imprensa.
Trata-se, segundo o texto, "do compromisso assumido de implementar ajustamentos na oferta de serviço que corrijam erros e omissões, que melhorem a relação com a procura, e cuidando de dar resposta às reclamações e propostas dos utentes".
Em declarações prestadas à Lusa, Ribau Esteves diz que será dado conhecimento público do custo dos ajustamentos agora negociados, logo que o processo fique concluído, salientando que, já a partir de segunda-feira, vai haver maior frequência de autocarros nalgumas linhas.
Por outro lado, frisou que a maior parte dos problemas surgidos no início da concessão já estão resolvidos, exemplificando com a pontualidade, que contrasta com os atrasos verificados no início, e a sobrelotação, resolvida através de desdobramentos que estavam previstos no contrato.
Apesar disso, o Bloco de Esquerda lançou um conjunto de cartazes nas ruas do concelho pela necessidade de "devolver os transportes à população" e de que "transportes públicos sejam um direito, não um negócio".
No âmbito da campanha do BE, em oposição à concessão da MoveAveiro a privados, que "afetou gravemente as condições de vida da população e foi uma decisão que apenas beneficiou os lucros da multinacional", a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, viajou recentemente numa das carreiras e contactou utentes do serviço de autocarros.