Valdemar Alves garante que todas as habitações contempladas com ajudas do fundo Revita arderam durante o incêndio de 2017.
Corpo do artigo
Salão cheio na Casa Municipal da Cultura, em Pedrógão Grande, para a sessão extraordinária da Assembleia Municipal, aberta ao público, com o objetivo de analisar as ajudas à reconstrução de habitações atingidas pelo fogo de 2017.
À entrada para a sessão, pelas 17 horas desta segunda-feira, o presidente do Município assegurou aos jornalistas que as famílias contempladas por donativos em Pedrógão Grande têm direito aos dinheiros que lhes foram atribuídos.
TSF\audio\2018\09\noticias\10\15_claudio_garcia_pedrogao_grande
"Eu disse sempre que não há primeira e segunda habitação. São habitações que arderam", afirmou Valdemar Alves. "E cada cidadão, até ao abrigo do Código Civil, tem direito à reconstrução da sua casa. Agora, quem tem de reconstruir, o Estado que se governe. Mas que as pessoas têm direito, têm. E foi sempre por isso que eu batalhei".
Na declaração aos jornalistas, à margem da Assembleia Municipal extraordinária convocada pelo Município, o autarca desmentiu as notícias que denunciam erros na distribuição dos donativos.
"Não há irregularidades nenhumas", frisou. "Tudo o que está reconstruído foram casas que arderam. A Câmara Municipal de Pedrógão Grande não recebeu um centavo para a reconstrução das casas. Portanto, a partir daí, é tudo mentira aquilo que dizem. Não houve desvios nenhuns nem podia haver".
As suspeitas apontam para casas de segunda habitação, ou mesmo desabitadas, que terão indevidamente recebido verbas do fundo Revita, que começou por dar prioridade às habitações permanentes. Valdemar Alves admite falhas pontuais na instrução dos processos, como "irregularidades na entrega ou não de um documento ou problemas com o número de contribuinte", mas nega ter havido desvio de fundos. E garante que não se demite.
Também esta segunda-feira, a Câmara de Pedrógão Grande anunciou em comunicado que o presidente do executivo está disponível para assinar a petição pública contra as alegadas fraudes nos apoios à reconstrução de casas de primeira habitação destruídas pelo incêndio de 2017.
Entretanto, a manifestação convocada pela Internet que estava marcada para esta segunda-feira, à mesma hora da Assembleia Municipal, acabou por não se realizar, por falta de adesão.