Autarca de Sintra garante intervir "na altura própria" se houver "cancelamentos ou atrasos" nas cirurgias hospitalares
O autarca de Sintra confessa, na TSF, estar "preocupado" com a situação atual das equipas médicas, após a saída de 10 cirurgiões do Hospital Amadora-Sintra, mas garante que em "altura própria" irá falar com o presidente do conselho de administração do hospital se o "problema não for resolvido"
Corpo do artigo
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, garantiu esta quinta-feira que vai intervir "na altura própria" se a falta de cirurgiões na Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra levar ao "cancelamento ou atraso" de cirurgias.
A ULS Amadora-Sintra anunciou esta quarta-feira que ativou o Plano de Contingência de Cirurgia Geral para responder à situação atual das equipas com a saída de 10 cirurgiões. Segundo o hospital, o plano foi ativado na noite de sexta-feira, um dia após 10 cirurgiões saírem do hospital. O plano esteve ativo entre as 20h00 de sexta-feira e as 08h00 de sábado, período durante o qual a urgência de cirurgia geral não recebeu doentes externos.
Ouvido pela TSF, Basílio Horta admite bater à porta da ministra da Saúde, mas considera que, para já, ainda é cedo.
"Vamos ver se é útil ou não falar com a ministra, passando por cima da administração do hospital. Eu acho que é melhor - se este problema não for resolvido - dar uma palavra e ter uma conversa com o presidente do conselho de administração do hospital - o doutor Luís Gouveia -, com quem temos relações estreitas", esclarece.
O autarca diz que a situação o "preocupa", mas garante que "na altura própria" irá falar com Luís Gouveia, a fim de "perceber o que é que aconteceu".
"Se nós começarmos a ver que há cirurgias que estão a ser canceladas, ou muito atrasadas, isso é uma altura própria. Mas ainda antes disso, se se prolongar esta situação, é certo que há de haver uma conversa entre mim e o doutor Luís Gouveia", explica.
O presidente da câmara sublinha que o novo hospital do concelho está pronto para começar a funcionar, mas teme que a falta de cirurgiões no Amadora-Sintra possa prejudicar o seu funcionamento.
"O nosso hospital tem recursos humanos e, dentro dos recursos humanos, tem salas de cirurgia, precisa de cirurgiões. Espera-se que esta questão seja resolvida em tempo útil, de forma a que o nosso hospital, quando estiver plenamente a funcionar, os cirurgiões estejam nos seus sítios a cumprir as suas missões", aponta.
Basílio Horta acrescenta ainda que está "convencido" que o cenário mais provável é haver cirurgiões, mas confessa que se houver atrasos "pode prejudicar".
"É uma preocupação que se tem", completa.
O Hospital de Sintra, construído pela Câmara Municipal, foi entregue ao ministério da Saúde em junho e deve começar a funcionar até ao início de 2025.