Autarcas de Portugal e de Espanha preocupados com redução drástica do caudal do Tejo
Autarcas de Portugal e de Espanha manifestaram "apreensão e grande preocupação" pela redução drástica do caudal do rio em toda a extensão do Tejo Internacional.
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Em comunicado, os autarcas de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (Portugal) e de Cedillo, Carbajo, Herrera de Alcántara e Alcântara (Espanha) condenam a forma como foram geridos os caudais no percurso do Tejo Internacional, que originaram elevados prejuízos ambientais, turísticos e económicos.
"A situação é inédita e inaceitável, demonstrando profunda insensibilidade para com este território, em que os autarcas têm investido no sentido de o Tejo ser um fator de atratividade e de desenvolvimento", lê-se na nota.
Exigem ainda que a situação que agora ocorreu não volte a verificar-se no futuro e apelam às entidades responsáveis de Portugal e Espanha que estabeleçam um quadro que garanta a boa gestão dos caudais e a melhoria da qualidade da água no rio Tejo.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esteve representada numa reunião realizada pelos autarcas, onde prestou todos os esclarecimentos relativos a este assunto.
Comunicou ainda que a situação resultou de descargas extraordinárias verificadas da barragem de Cedillo, com o objetivo de Espanha cumprir o regime de caudais estabelecido na Convenção de Albufeira para a bacia hidrográfica do Tejo.
Ouvido pela TSF, o presidente da autarquia de Castelo Branco, Luís Correia, lembra que a Convenção dos Rios Internacionais entre Lisboa e Madrid é para cumprir.
"Mais do que respostas, esperamos ação dos acordos com Madrid por forma a evitar que situações como estas sejam evitadas a 100%. A nível das autarquias do Tejo Internacional, é um fator importante para o nosso desenvolvimento. São situações que nos estão a criar prejuízos ambientais, económicos, turísticos e até sociais", explicou o autarca, apelando a que ambos os Governos se entendam na gestão dos caudais.
Entre os prejuízos causadas pela diminuição do caudal, estão os danos no cais do afluente Pônsul, que "para além de partido, está completamente assente em terra". Também junto à barragem do Cedillo e na zona da Malpica são visíveis os prejuízos causados pela redução do caudal.