Autarcas queixam-se do "abandono" do interior do país. Infraestruturas de Portugal garante restabelecimento da circulação automóvel até ao dia 20 de janeiro.
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A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões exige urgência na reabertura do IP3, na zona de Penacova. A estrada está cortada no sentido Coimbra - Viseu há três semanas devido a um deslizamento de terras. A via esteve interrompida nos dois sentidos, mas de há duas semanas para cá só se transita com normalidade no sentido Viseu - Coimbra.
"Não se conhece qual o calendário existente para o restabelecimento integral da circulação rodoviária, o que se afigura inadmissível", defendeu esta quinta-feira o presidente da CIM, Rogério Abrantes, reclamando "com absoluto carácter de urgência o restabelecimento da circulação integral do IP3, mobilizando-se para o efeito todos os meios necessários para que isso ocorra de imediato".
Em conferência de imprensa, o autarca admitiu se fosse noutra zona do país "em 24 horas [o problema] era resolvido" e lamentou o abandono a que está votado o interior do país.
Para além do corte da estrada, Rogério Abrantes criticou o atraso nas obras de requalificação em curso no IP3 e que tinham um prazo de execução de 300 dias. Essa data já se está a aproximar do fim, "sem que os trabalhos apresentem sinais de estarem em fase de conclusão".
"Quando foi o início das obras o senhor ministro das Infraestruturas deslocou-se de imediato ao IP3, esteve aqui numa reunião connosco, infelizmente [agora] não tomou a mesma atitude. Já deveria ter vindo ao local para apreciarmos qual seria a melhor maneira para resolver esta questão", disse aos jornalistas Rogério Abrantes.
O presidente da CIM Viseu Dão Lafões apelou ainda ao Presidente da República, pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa para se deslocar ao terreno e verificar com os próprios olhos "o que se passa no IP3".
Os autarcas do Sul do distrito de Viseu falam em mais uma catástrofe que se abateu sobre a região e que penaliza os habitantes, mas também as empresas e até os turistas.
Para minimizar o impacto do corte da estrada, exigem ao Governo medidas de discriminação positivas, como a isenção de portagens na A25, uma via considerada alternativa.
"Acho que é uma reivindicação mínima porque estamos a ser duplamente sobrecarregados, para além dos prejuízos que estamos a ter. São as nossas empresas que estão a ter dificuldades e a ter que pagar portagens e que fazer percursos mais longos para a exportação e transporte das mercadorias. São os turistas que vêm para o território e somos nós que vivemos aqui que estamos a ser penalizados", sustentou Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu.
Em resposta à TSF, Infraestruturas de Portugal garante ter iniciado imediato os trabalhos de remoção de terras, no final da manhã do dia 24 de dezembro, e que "tem em curso a implementação de uma solução que permite o restabelecimento da circulação automóvel nos dois sentidos, até ao dia 20 de janeiro", no âmbito da empreitada de requalificação do IP3 que se encontra em curso.
Notícia atualizada às 18h14