Os autarcas dos 4 concelhos abrangidos pela Barragem de Girabolhos, cuja construção o governo decidiu cancelar, dizem sentir-se enganados e lamentam não terem sido ouvidos.
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Os concelhos abrangidos por esta obra são: Gouveia, Mangualde, Nelas e Seia.
Em declarações à TSF, Luís Tadeu, presidente da Câmara de Gouveia, não tem duvidas de que a medida hoje anunciada prejudica o interior. "Repudiamos esta decisão, a atenção que o Estado diz que dá ao interior não passa de conversa. Nem sequer nos ouviram, convidaram-nos para comunicar uma decisão sem termos tido a oportunidade de defender este investimento", acusa.
O Governo decidiu cancelar a construção das barragens do Alvito e de Girabolhos, suspender por três anos a barragem do Fridão e manter a construção da Barragem do Tâmega, após concluir a reavaliação do Programa Nacional de Barragens.
O Ministério do Ambiente indica que na base desta decisão estão critérios jurídicos, financeiros, expectativas dos municípios abrangidos, metas das energias renováveis e descarbonização da economia portuguesa.
O autarca de Gouveia afirma que os autarcas vão tentar junto da Endesa obter algum tipo de compensação pelo cancelamento da barragem de Girabolhos.
"Resta apenas tentar junto da Endesa encontrar formas de compensação. A empresa já mostrou abertura para isso".
Os autarcas dizem que foram convidados pelo Governo a assistirem à apresentação do Plano Nacional de Barragens, sem que nunca lhes tenha sido dito que as obras previstas para o concelho de Gouveia iam ser suspensas".
O Plano Nacional de Barragens, criado em 2007, contemplava, inicialmente, a construção de dez novas barragens, mas, atualmente, o documento previa apenas a construção de seis equipamentos.
A construção das barragens do Alvito e de Almourol, no rio Tejo, de Pedrozelo, num afluente do rio Tâmega, e do Pinhozão, no rio Vouga, são as quatro barragens que deixaram de fazer parte do Plano Nacional de Barragens.