A Associação de Limpeza Urbana organizou uma conferência onde foi apresentado o diagnóstico e avançadas propostas da resolução do problema
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A alga invasora castanha chama-se Rugulopteryx okamurae e todos os anos está a surgir nas praias do barlavento do Algarve. No entanto, já há registo de ter surgido em Cascais, na Arrábida, Açores e Madeira. No sul de Espanha esta situação tornou-se também um problema.
O seu crescimento dá-se nas rochas e geralmente aparece com a água quente e as marés agitadas que as fazem soltar e virem para a coluna de água. No entanto, não é só no verão que esta alga invasora, dá à costa. Nos últimos dias apareceu nas praias de Portimão e Lagos e as câmaras Municipais gastam milhares de euros na remoção de muitas toneladas de algas.
O presidente da câmara de Lagos conta que a Meia Praia, situada neste município, foi uma das atingidas nos últimos dias. ”A gente já nem olha à quantidade[de algas], só à fatura. O ano passado gastei 100 mil euros na remoção de algas”, garante Hugo Pereira. O autarca explica que em 2023 apareceram nas praias do seu concelho 7 mil toneladas desta alga. Hugo Pereira considera que tem que existir uma ação por parte do governo central e é urgente encontrar soluções, tanto para a retirada das algas, como para a sua utilização.
Luis Almeida Capão, presidente da direção da Associação de Limpeza Urbana (ALU) que organizou a conferência “As algas invasoras: desafio para praias mais limpas”, considera que esta biomassa pode ter utilizações várias e serem uma mais-valia económica, nomeadamente em rações, fertilizantes, em fibras para a indústria têxtil.
No encontro, Francisco Machado, representante de uma startup, anunciou que está já a fazer uma experiência inovadora em Lagos que consiste na retirada de algas a coluna de água por aspiração em pleno mar. O biólogo considera que é preciso antecipar a chegada desta biomassa às praias e agir, antes que ela se acumule na areia, provocando maus cheiros e prejuízo ao turismo.
Os autarcas pedem, por isso a resolução do problema que se pensa terá vindo para ficar.“ Se se seguisse tudo à risca, talvez quando as algas atingissem 3 ou 4 metros de altura teríamos resposta da administração central”, critica o autarca de Lagos