Coimbra, Soure, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho. Os presidentes destas quatro autarquias estiveram reunidos, esta manhã, para analisarem os efeitos das cheias nos últimos dias. Os autarcas acusam a Agência Portuguesa do Ambiente de não ter facultado dados a tempo e horas de minimizar estragos.
Corpo do artigo
Os autarcas dos concelhos banhados pelo rio Mondego acusam a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de não ter prestado informação a tempo de evitar os prejuízos causados pela subida das águas do rio, no início desta semana. Os presidentes destas câmaras lamentam que os efeitos das descargas da barragem da Aguieira, não tenham sido acautelados por omissão de dados.
O rio subiu e inundou as zonas ribeirinhas e em Coimbra deixou mesmo um rasto de destruição do Mosteiro de Santa Clara, com equipamentos e documentos históricos danificados.
Esta manhã, a denúncia foi feita pelo autarca da cidade, após uma reunião dos presidentes da Figueira da Foz, Soure, Montemor-o-Velho e Coimbra. Manuel Machado aponta o dedo diretamente ao organismo, porque "a informação não chegou a tempo".
Perante os prejuízos, os quatro autarcas vão enviar uma carta à Agência Portuguesa do Ambiente, com conhecimento do Ministério do Ambiente, com várias questões, que consideram fundamentais, tais como os critério das descargas na barragem da Aguieira, o plano de emergência externo e o sistema de vigilância e alerta.
Nesta conferência de imprensa, esta manhã em Coimbra, Manuel Machado recusou, ainda, que se atirem responsabilidades para as câmaras municipais, porque, estas já pagam uma taxa hídrica ao Estado, a quem cabe depois o cuidado com questões que interferem com as comunidades.
A TSF contactou a EDP, que numa nota escrita esclarece que "a exploração do sistema Aguieira/Raiva/Fronhas é feita em articulação com a APA a quem compete a decisão final no que respeita aos caudais lançados pela Raiva que se reflete na exploração da Aguieira. Compete também à APA o aviso às diversas entidades, no que possam ser afetadas.
A barragem da Aguieira cumpriu, mesmo com a subida brusca dos caudais afluentes ocorrida neste fim de semana, a sua função de contenção de caudais de cheia pois mesmo com picos entre 1500 m3 e 1600 m3 (ocorridos na madrugada de 10 para 11) o caudal máximo lançado na Raiva foi de 1100 m3 e durante apenas num período de 2 horas. A EDP fez uma exploração controlada e com segurança tendo sempre como primeira preocupação a minimização de danos gravosos nas populações".
Também contactada pela TSF, a Agência Portuguesa do Ambiente promete, nas próximas horas, prestar esclarecimentos sobre o sucedido.