Autarquia da Lousã faz testes à Covid-19 em lares, IPSS e forças de segurança
Todo o processo é feito a nível local, sem sair do concelho.
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Primeiro, a Câmara Municipal da Lousã identifica os trabalhadores e utentes prioritários que devem fazer testes de despistagem para a Covid-19. De seguida, dois professores e dois alunos voluntários da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra vão ter com as pessoas e fazem a recolha de sangue. Depois, as amostras seguem para um laboratório local.
O presidente da autarquia da Lousã, Luís Antunes, explica que, ao contrário de outros concelhos que estão a fazer os testes apenas com uma picagem, "aqui fizemos testes rápidos com recolha de sangue e um tratamento laboratorial mais detalhado". O sangue recolhido vai ser analisado com dois testes, um para "os valores IgM e IgG" e outro para a "proteína C reativa", porque, esclarece o autarca, "os técnicos entendem que a conjugação destes parâmetros dá uma despistagem mais efetiva do contacto ou não com o coronavírus".
O autarca sublinha que os testes servem para fazer uma despistagem e não um diagnóstico. Caso o resultado de um dos testes de despistagem dê positivo para Covid-19, a pessoa é encaminhada para fazer o teste final de zaragatoa.
Nos lares e em instituições com corpo clínico, o processo é mais rápido e seguro, destaca o diretor técnico do laboratório, Nelson Tiago, porque "os enfermeiros residentes e que prestam apoio a essas instituições fizeram as colheitas de sangue". Este processo tem a vantagem de não haver contacto com pessoas externas que possam levar o vírus par as instituições.
Nelson Tiago é também presidente da ARCIL - Associação para Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã, uma das entidades que tem feito testes. Ali a despistagem é ainda mais importante, porque "como trabalham na área da deficiência, uma grande parte dos utentes não consegue discernir a situação atual".
O responsável conta que a introdução dos testes "foi muito importante para os trabalhadores, porque mais do que a preocupação de eles estarem infetados ou não, há sobretudo o receio de poderem transmitir" a doença aos utentes, "uma população fragilizada, sobretudo nos lares de deficiência mais profunda, e com uma série de patologias e debilidades".
Nas instituições há um grupo de trabalhadores a assegurar o funcionamento durante duas semanas. Quando muda o grupo, voltam a ser testados para garantir que não há infetados a trabalhar.
A Câmara Municipal da Lousã já testou mais de 500 pessoas, entre "trabalhadores de estruturas residenciais para idosos, cuidadores de pessoas com deficiência, trabalhadores de IPSS - com especial incidência naqueles que estão a fazer apoio domiciliário a idoso -, e também trabalhadores da autarquia, bombeiros e forças de segurança", relata Luís Antunes.
O autarca adianta que os testes vão continuar em maio, e que "eventualmente poderão alargar a outro público-alvo".
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