
Barragem de Foz Tua, em Trás-os-Montes
Luís Carregã/Global Imagens
A Autoridade para as Condições do Trabalho informou hoje que detetou problemas de segurança que determinaram a paragem de alguns trabalhos na barragem de Foz Tua, em Trás-os-Montes. A EDP diz que as suspensões de trabalhos "foram pontuais" e "já estão resolvidas".
Depois de uma inspeção realizada na quarta-feira, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) informa num comunicado enviado à TSF que "as equipas inspetivas depararam-se com problemas graves no que respeita a excesso de tempos de trabalho e problemas de segurança".
Os inspetores determinaram "três suspensões de trabalhos por situações de perigo grave e iminente para a vida de trabalhadores" e apresentaram ainda "45 notificações para tomadas de medidas e sei autos de notícia de segurança e saúde no trabalho".
Entretanto, fonte oficial da EDP enviou um esclarecimento à TSF onde informa que as suspensões de trabalhos determinadas pela Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) na barragem de Foz Tua "foram pontuais" e "já estão resolvidas".
A EDP indica que "as situações de suspensão de frentes de trabalho definidas pelo ACT foram pontuais, relativas predominantemente a pequenos acessos e organização de frentes de trabalho" e "já foram resolvidas tendo sido levantadas as suspensões em menos de 24 horas".
A ACT recorda que desde o início desta obra, em fevereiro de 2011, já morreram cinco trabalhadores. O último acidente mortal ocorreu a 12 de maio em consequência do choque entre um balde com 27 toneladas de betão e um contentor de apoio administrativo que provocou a queda em altura, cerca de 28 metros, de um trabalhador do estaleiro.
"A complexidade da obra, nomeadamente pelo número de trabalhadores e pelas entidades envolvidas, mais de duas centenas, exigiu desde o início um acompanhamento especial da mesma por parte da ACT de Vila Real e de Bragança que já realizaram mais de uma dezena de visitas aos referidos estaleiros para inquéritos de acidente, reuniões de acompanhamento com as entidades envolvidas e visitas inspetivas de surpresa", indicou aquela entidade.
Algumas das visitas efetuadas, como é o caso da realizada na quarta-feira, tiveram inclusive a participação do inspetor-geral, Pedro Pimenta Braz, e de um dos subinspetores gerais da ACT.
Das visitas que a ACT têm efetuado à obra resultaram diversos procedimentos, desde "autos de notícia, suspensões de trabalhos, notificações para apresentação de documentos e para tomadas de medidas".
A barragem de Foz Tua está no chamado pico de obra com mais de mil trabalhadores e dezenas de empresas. A concessionária, a EDP aponta "o enchimento da albufeira e entrada em serviço para 2016".