Autoridade Marítima Nacional abre inquérito à ação portuguesa de patrulhamento no Mediterâneo
À TSF, o comandante João Sousa Luís esclarece que a equipa portuguesa não fez qualquer contacto com a embarcação de migrantes.
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A Autoridade Marítima Nacional abriu um inquérito interno à ação portuguesa de patrulhamento no Mediterrâneo, na sequência do naufrágio do mês passado na costa da Grécia, que causou pelo menos 79 mortos. Em causa está a acusação de um migrante, que alega que a equipa portuguesa rebocou o navio até à Turquia e destruiu-lhe o motor.
À TSF, o comandante João Sousa Luís explicou que "no dia 14 de junho, a equipa da polícia marítima que se encontrava na Grécia efetuou uma patrulha no horário matinal, mais concretamente das 7h00 às 14h00, em substituição de uma equipa da Letónia por solicitação do Local Coordinator Center".
Face às acusações de um migrante dirigidas a este barco português e relatadas há semanas pela imprensa espanhola, o comandante esclareceu que a missão aconteceu três meses antes do naufrágio, em abril, e garantiu que não foi feito qualquer contacto com a embarcação, apenas avistado pelo navio português.
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"Foi intercetado um bote, foi passado às autoridades gregas que ficaram com esse bote, portanto nós não tomamos mais conta da ocorrência", disse.
Também a Frontex lançou uma primeira investigação, que já se encontra concluída. "Para já o que se pode constatar é que os atos que a equipa da polícia marítima fizeram não constituem violação dos direitos fundamentais", sublinhou João Sousa Luís.
Contactada pela TSF, a Frontex responde por escrito apenas que não faz qualquer comentário ao relatório da sua investigação.
O naufrágio de junho na costa da Grécia foi considerado o mais mortal do país este ano.