A aeronave da Air Astana, que declarou no domingo emergência no ar, esteve "fora de controlo por alguns instantes", indica o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários.
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Assim que o avião descolou a tripulação sentiu que "o aparelho não estava a corresponder adequadamente aos comandos, iniciando um movimento oscilatório das asas". A descrição faz parte do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, que classifica este como um "incidente grave".
No documento a que a agência Lusa teve acesso, lê-se que a tripulação, "usando todos os recursos de controlo da aeronave nos seus três eixos, tentou imediatamente contrariar os movimentos sem, no entanto, perceber a causa da instabilidade do voo e sem conseguir ativar o piloto automático".
Após perceberem que estavam sem controlo do avião, "a tripulação apenas conseguiu minimizar com muito esforço o movimento oscilatório da aeronave".
Ainda de acordo com o relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários a tripulação declarou "de imediato emergência enquanto tentava diagnosticar a causa das atitudes anormais da aeronave" e "lutava para obter o controlo da mesma, sem indicações de falhas nos sistemas" do avião, "apenas alertas insistentes de atitudes de voo anormais".
Lê-se no documento a que a agência Lusa teve acesso que "a situação não melhorou e as trajetórias provocaram acelerações intensas, levando a que a aeronave ficasse fora do controlo por alguns instantes em vários momentos".
O avião da Air Astana descolou às 13h31 de domingo da base militar de Alverca do Ribatejo, onde realizou trabalhos de manutenção na OGMA.
Durante o voo, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves conta que a situação melhorou um pouco quando "decidiu passar todo o sistema de comandos de voo para modo direto... mantendo-se as dificuldades de controlo no eixo longitudinal da aeronave".
A investigação conclui que "há evidências de falhas na configuração no sistema de controlo de pranchamento da aeronave, consistentes com eventuais perturbações desse sistema durante ações de manutenção".