Aeronave da Air Astana tinha acabado de sair de uma manutenção profunda quando, há mais de três meses, deixou de responder aos comandos dos pilotos.
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O avião que há três meses e meio esteve descontrolado nos céus da Grande Lisboa continua parado no aeroporto de Beja, sem condições de segurança para voltar a voar.
A Air Astana, companhia do Cazaquistão dona do avião, confirma à TSF que a equipa de segurança da empresa ainda não recebeu o aval do fabricante para voltar a descolar com segurança o Embraer E190 que no início de novembro esteve mais de uma hora e meia numa situação de emergência até aterrar, à terceira tentativa, em Beja.
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A TSF sabe que a aeronave já foi dada como livre pelas autoridades que investigam as origens do incidente, mas, mesmo assim, o avião continua estacionado no aeroporto alentejano.
Recorde-se que o avião da Air Astana tinha acabado de fazer uma manutenção profunda em Alverca na OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal antes do voo que quase acabou com a queda da aeronave.
A OGMA, empresa detida em 35% pelo Estado português e 65% pela Embraer, diz que, por agora, não tem qualquer comentário a fazer sobre o caso.
Numa primeira análise ao que se passou com o Embraer E190, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves considerou o incidente como grave, apontando possíveis falhas à manutenção feita na OGMA.
As primeiras evidências recolhidas sugeriam a "existência de falhas na configuração no sistema de controlo de pranchamento da aeronave, consistentes com eventuais perturbações desse sistema durante ações de manutenção".
De acordo com o mesmo relatório, as falhas graves começaram logo após a descolagem, quando "a tripulação sentiu" que o avião "não estava a responder adequadamente aos comandos, iniciando um movimento oscilatório das asas".
Sem o controlo efetivo da aeronave, a tripulação quis amarar o avião no mar, mas acabaria por aterrar em Beja com a ajuda, fundamental, de dois caças F-16 da Força Aérea Portuguesa.
A viagem que começou em Alverca tinha como destino final a base da Air Astana no Cazaquistão, mas mais de três meses depois a aeronave continua no Alentejo, sem ninguém a assumir a responsabilidade do incidente.