Os portugueses mobilizaram-se. Em 30 centros de recolha por todo o país juntaram-se 50 toneladas de bens destinados a acudir refugiados. Os camiões partem no sábado para a Sérvia.
Corpo do artigo
Nesta tarde de quinta-feira foi grande o movimento no centro de recolha de Alfragide. São embalados os últimos caixotes dos donativos para a Aylan Kurdi Caravan que chegaram de todo o país. E chegaram em massa. Donativos e voluntários. Maria Miguel é uma das promotoras da inciativa e sublinha que este "é essencialmente um movimento da sociedade civil, de portugueses que são bastante solidários e que responderam de uma forma totalmente inesperada e esmagadora". "Estamos estupefactos com a escala que isto assumiu", confessa.
Foram recolhidas 50 toneladas de carga: comida, roupa, brinquedos, produtos de higiene pessoal. São bens que fazem falta aos refugiados que tentam entrar na Europa com a roupa que trazem no corpo e com os filhos que trazem nos braços.
"Temos acompanhado os novos trajetos das rotas de refugiados, temos falado com várias embaixadas, ONG's, comunicação social no terreno para perceber onde a ajuda é mais necessária", explica Maria Miguel, acrescentando que "o destino final será a Sérvia, com grande probabilidade, ou a Croácia".
Os camiões partem no sábado com o produto desta acção de solidariedade dos portugueses. Houve uma imagem que fez disparar o movimento nas redes sociais: a forma como, na Hungria, estavam a distribuir comida "de forma pouco humana a um grupo de refugiados".
A Aylan Kurdi Caravan foi buscar o nome à criança que aparece morta na praia, na célebre fotografia que correu mundo. O país mobilizou-se, foram criados 30 pontos de recolha de donativos que servem para fazer face a necessidade de outras crianças como Aylan, sendo que muitas delas, alerta o ACNUR, chegam à Europa sozinhas.