Bacalhau, um "jovem" lisboeta e ondas da Nazaré: o que o papa deu de Portugal para inspirar
Papa Francisco quer ver a Igreja evoluir sem estar agarrada aos costumes passados e, para isso, tentou inspirar os católicos através da exploração e ligação marítima portuguesa.
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A mensagem foi sobretudo a de motivar e inspirar os católicos de todo o mundo para o esforço e necessidade de evangelização, mas em plena Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, o papa Francisco não deixou de recorrer a imagens portuguesas: o bacalhau, um "jovem lisboeta" e as ondas da Nazaré.
A primeira surgiu num momento em que falava da ligação de Portugal ao mar e à vida piscatória, mas também à exploração marítima ao longo dos séculos, para pedir que se lute contra apenas "conservar o passado" e a favor de "lançar de novo e com entusiasmo as redes para a pesca" de pessoas.
Insistindo na necessidade e espalhar a palavra da Igreja, o papa Francisco desafiou os católicos de todo o mundo a inspirarem-se na "ânsia boa" que os portugueses também tiveram, outrora, pela "imensidão do oceano".
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"Façam-se ao largo, não para conquistar o mundo - e para pescar bacalhaus -, mas para alegrar com a consolação e a alegria do Evangelho", disse num momento que arrancou subtis gargalhadas em plenos Jerónimos.
Foi também aqui que se socorreu das palavras do Padre António Vieira, explicando que apesar da "pequena terra" dada aos portugueses para nascer, ao virá-la para o oceano foi-lhes dado "o mundo inteiro para morrer".
Para inspirar o combate ao medo de lugares e pessoas diferentes e contra "ideologias nem mundanismos", o papa citou também o exemplo de "um jovem lisboeta, São João de Brito, que há séculos, no meio de muitas dificuldades, partiu para a Índia".
Lá, vestiu-se "à maneira das pessoas locais", algo que o papa quer ver praticado no presente de modo a "dialogar com todos", mesmo que seja preciso enfrentar "tempestades".
E nessas tempestades surgiu outra referência ao mar português, em específico à força que pode demonstrar: as ondas "gigantes" da Nazaré.
"Como os jovens que aqui vêm de todo o mundo para desafiar as ondas gigantes da Nazaré, façamo-nos ao largo também nós sem medo. Nao temamos enfrentar o mar", desafiou.