Bairro Marinhas do Tejo, onde vivem 60 pessoas, pode ser demolido esta segunda-feira
Em declarações à TSF, Gonçalo Filipe, do Movimento Vida Justa, sublinha a dificuldades destes moradores em conseguirem arrendar uma casa, apesar de a maioria ter contratos de trabalho: além dos preços praticados na habitação, há também uma componente discriminatória a travar este processo
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O Bairro Marinhas do Tejo, em Loures, poderá ser demolido esta segunda-feira. A informação foi avançada pelo movimento Porta a Porta, mas não foi ainda confirmada pela autarquia.
Ao todo são 15 casas abarracadas, onde vivem cerca de 60 pessoas. Em declarações à TSF, um dos moradores, Lor Neves, pede alguma compreensão ao executivo camarário.
"O que eu peço à Câmara é só para terem compaixão com as pessoas. Não despejarem sem ter uma alternativa. E que ninguém tire as crianças dos pais sem haver alternativa", apela.
Gonçalo Filipe, do Movimento Vida Justa, assegura, por outro lado, que os moradores têm procurado casas para morar, mas as dificuldades para conseguir um contrato são imensas, desde logo pelos preços praticados na habitação, mas também devido à discriminação.
"A maior das pessoas está documentada e está a trabalhar com contratos de trabalho - algumas até com contrato efetivo, mais do que o salário mínimo -, mas a sua maior dificuldade é mesmo não conseguir arrendar uma casa devido ao preço das habitações e não lhes ser permitido sequer iniciar uma conversa com senhorios", explica.
O ativista adianta que já aconteceram casos em que os senhorios, depois de ouvirem a voz das pessoas ao telefone, desligarem imediatamente a chamada "por perceberem" que do outro lado da linha estão pessoas que "não são portugueses oriundos de Portugal".
A Câmara de Loures já disponibilizou um apoio para os moradores poderem celebrar contratos de arrendamento, mas tal não foi suficiente para garantir um novo teto para esta comunidade.
