Baixa auto-estima e frustrações. PSP atenta a alunos após dois anos de isolamento
No âmbito do programa Escola Segura, a PSP vai estar atenta ao regresso à convivência entre os jovens, após quase dois anos de isolamento. Problemas de baixa auto-estima e a forma como se gere os sucessos e insucessos diários são questões a ter em conta.
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A polícia vai estar atenta ao comportamento dos alunos, no regresso às aulas, neste ano letivo. Até ao final da próxima semana, a Polícia de Segurança Pública (PSP) vai marcar presença nas mais de 3 mil escolas em todo o país, acompanhando mais de um milhão de estudantes.
O intendente Hugo Guinote adianta que os agentes vão estar atentos às regras de segurança no âmbito da pandemia de Covid-19, mas também aos sinais de frustração e baixa auto-estima dos jovens, depois de quase dois anos de confinamento.
"Um dos aspetos que vamos procurar sempre monitorizar é o cumprimento das normas que estão vigentes no âmbito da prevenção e combate à pandemia de Covid-19, sobretudo tendo presente que a entrada nos estabelecimentos escolares pode, a determinados momentos do dia, tornar-se num local de grande aglomeração populacional", refere Hugo Guinote, apelando ao cumprimento das regras estabelecidas pelas autoridades de saúde.
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"Ao mesmo tempo, identificámos outros desafios que nos parecem muito relevantes: a forma como os jovens vão retomar a interação social entre eles e, sobretudo, como é que os jovens, depois destes dois anos com convivências diferentes do comum, vão retomar as suas competências sociais e a forma como vão gerir o sucesso e o insucesso, para assim conseguirmos prevenir as desilusões, as frustrações, a baixa auto-estima, e, em último caso, o abandono escolar e os comportamentos marginais", adianta ainda o intendente da PSP.
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Muito por efeito da pandemia de Covid-19, o último ano letivo registou o valor mais baixo de ocorrências do programa Escola Segura: 3 mil situações reportadas. Trata-se, segundo Hugo Guinote, de uma descida de 10% em relação ao ano anterior, que "já tinha sido o ano com menor registo de todos".
"Destas ocorrências em ambiente escolar, 1750 foram criminais - o que também significa uma diminuição, neste caso de 16%. Registámos apenas um ligeiro aumento, de 3%, das ocorrências não criminais, que se situou nas 1270", acrescenta.
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A ofensa à integridade física está em queda, enquanto há cada vez mais queixas de injúrias e ameaças.
"O número de crimes por ofensa à integridade física tem estado constantemente a diminuir. Para se ter uma ideia, no ano passado tivemos um valor que se aproxima de metade daquilo que tínhamos há três ou quatro anos", nota a PSP. Ao mesmo tempo, tem-se assistido a um crescimento do número de participações por injúrias e amaças, mas a PSP considera que este dado "evidencia que há uma deteção cada vez mais precoce do conflito".
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O programa Escola Segura nasceu em 1992, mas o número de ações de sensibilização só começou a ser detalhado pela PSP, a partir do ano lectivo de 2013/2014.