Há quem tenha chegado há pouco do Rio de Janeiro e quem, já conhecendo o frio, não estivesse a contar com o estado dos passeios. A câmara decidiu não deixar circular os autocarros.
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Por causa das baixas temperaturas e do gelo formado nas estradas, os autocarros da câmara de Bragança não circularam nos percursos rurais e urbanos. Hoje a cidade acordou com quatro graus negativos e a presença do nevoeiro, nos últimos dias, não deixa as temperaturas subir. A autarquia reforçou a colocação de sal nos passeios e nas estradas para evitar acidentes.
"Tomamos a decisão de não saírem para não por em causa a segurança das pessoas, dos passageiros. Decidimos imediatamente, e estão equipas no terreno, desde muito cedo, a espalhar sal nas vias e também nos passeios", diz Hernâni Dias, presidente da autarquia brigantina.
A camada fina de gelo, que em muitas situações não se consegue ver, é o fator que traz maiores constrangimentos. "As temperaturas que se fizeram sentir durante a noite, aliadas à existência de nevoeiro, criou uma camada fina de gelo por cima dos pavimentos e que cria muitos constrangimentos na circulação. Já houve alguns toques de viaturas e algumas quedas de pessoas", acrescenta o presidente da câmara.
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Na rua, Cristiana e Beto vêm cheios de roupa. O caso também não é para menos. Chegaram há pouco do Brasil.
"Está um bocado frio, até porque nos fomos passar o Natal ao Brasil, no Rio de Janeiro e lá estavam perto de 50 graus e vimos para cá e de noite 'bateu' quatro abaixo de zero, está um pouco complicado. É preciso tomar muito cuidado para dirigir e para andar nas calçadas está um pouco complicado, diz Beto. Ao lado, a namorada Cristiana dá uma gargalhada quando diz que faz "exercício na rua e assim fica bastante complicado".
José Carlos vai todo encasacado para o Instituto Politécnico. É de são Tomé. "É incomparável. No nosso país não há isso aí. A essa hora lá está tudo de calção e t-shirt mas aqui está muito complicado. Às vezes até nem me apetece sair de casa para ir à escola mas tenho que ir."
Judite Borges tem 70 anos. Saiu de casa sem se aperceber que o estado dos passeios era tão mau. "Vim para baixo mas não sabia que estava assim o chão, senão não tinha vindo. Vou fazer aqui umas coisinhas mas vou já para casa."
Ao final da manhã, alguns autocarros começaram as suas voltas e a intensificação da colocação de sal nos passeios e nas estradas atenuou o problema mas o nevoeiro mantém-se e as temperaturas negativas também.