Barragens do Alentejo: níveis baixos de água começam a prejudicar agricultores
A seca não tem dado tréguas no Alentejo e alguns autarcas temem que a situação piore com a chegada do período mais quente.
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Num ano de seca ao sul e com as barragens com níveis muito baixos, o presidente da Associação de Beneficiários do Roxo está preocupado."Começa a haver falta de comida e água para o gado".
Pela primeira vez a barragem do Roxo, que se encontra a menos de um terço da sua capacidade máxima, vai receber a Água de Alqueva.
O problema é o preço que será cobrado pela EDIA, a empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva. "Agora cedemos a água aos agricultores por 2,6 cêntimos por metro cúbico". Segundo António Parreira, a EDIA prevê cobrar pela mesma quantidade de água 4,2 cêntimos.
Para piorar a situação da barragem do Roxo, é também retirada água para o abastecimento público de Beja e Aljustrel e, de acordo com António Parreira, as Águas do Alentejo já devem um milhão de euros à Associação.
Em Mértola o presidente da câmara, Jorge Rosa, está apreensivo com a pecuária no concelho, porque todos os dias lhe chegam relatos de agricultores que não têm água nem comida para dar aos seus animais.
Pontualmente, as Águas do Alentejo já tiveram de abastecer algumas populações do concelho com autotanques mas a situação pode agudizar-se." Se não chover e com a chegada do período mais quente, há furos que vão acabar e será necessário levar água para esses mesmos locais", diz o autarca.
Em Castro Verde, o presidente da autarquia, Francisco Duarte, desdramatiza a situação mas, pelo sim pelo não, já mandou encerrar os fontanários públicos.