Maioria das barragens tem menos água que a média das últimas décadas.
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A água armazenada em julho desceu em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental em julho, comparativamente com o mês anterior. A situação mais complicada volta a ser, de novo, a bacia do rio Sado.
O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos revela que, no último dia de julho, das 60 albufeiras monitorizadas, 11 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 18 têm disponibilidades inferiores a 40%.
Em oito das doze bacias portuguesas há menos água que a média das últimas décadas e a bacia do Sado volta a ser a que vive a situação mais complicada.
As dez barragens do rio Sado têm 23,4% da água que conseguem armazenar (em julho de 2016 tinham 52,5%), havendo duas onde apenas cerca de um décimo da capacidade está ocupada.
Para se ter uma ideia, a água que hoje está nas albufeiras do Sado é menos de metade daquela que existia no mesmo dia de 2016, ano que já não teve pouca chuva.
Mas a seca não se sente apenas nos concelhos do Sado. Destaque ainda para os casos do rio Mira, rio Mondego e região Oeste onde nas últimas décadas a água no final de julho nas barragens está 10 pontos percentuais acima do que acontece este ano.
Nas maiores barragens do país a situação não é, no entanto, grave. Alqueva e Castelo de Bode têm, respetivamente, 74% e 78% das albufeiras cheias, volume que se tem mantido relativamente estável nos últimos meses. Mesmo assim com a pouca chuva nenhuma destas barragens esteve este ano, mesmo no inverno, perto de ficar cheia.
Níveis de armazenamento de água em julho de 2017:
Ave: 86,1%
Guadiana: 72%
Cávado: 68,4%
Lima: 67%
Tejo: 67,1%
Mondego: 66,4%
Barlavento: 66,3%
Douro: 66,3%
Mira: 60,1%
Arade: 52,6%
Oeste: 51,4%
Sado: 23,4%
Recorde-se que o Governo e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já reconheceram a existência de uma situação de seca no território continental, com efeitos negativos na atividade agrícola, mas que pode afetar o abastecimento em algumas zonas do país, com o caso mais preocupante a ser a bacia do Sado.
Segundo o IPMA, 78% do território estava no fim da primeira quinzena de julho em seca severa e extrema, um valor um pouco mais baixo que o registado no final de junho (80%).