Vai ser construída este ano em Verín, a 30 quilómetros de Chaves. Segundo o autarca deste município galego, as obras poderão estar concluídas até ao final de 2023.
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Começou esta semana o processo de expropriação dos terrenos para a criação da primeira base aérea transfronteiriça entre Portugal e Espanha. Vai ficar em Verín, na Galiza, a 30 quilómetros de Chaves, e visa permitir o combate aos incêndios florestais numa vasta área dos dois lados da fronteira.
A base aérea integra o projeto Interlumes da Junta da Galiza, que tem uma dotação de cerca de 10 milhões de euros. Deverá estar pronta a funcionar até ao final deste ano. O presidente do Ayuntamiento de Verín, Gerardo Seoane, disse à TSF que "a ideia é começar as obras neste verão".
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Aquando do lançamento do projeto, há dois anos, o conselheiro do Meio Rural da Junta da Galiza, José González, disse, em comunicado, que "esta instalação aumentará a resiliência do território transfronteiriço, reforçará a capacidade operativa da resposta e permitirá identificar, antecipadamente, as zonas de risco e uma ação conjunta".
O autarca de Verín revelou que "já começou a expropriação dos terrenos" e que "estão a ser notificados os proprietários para serem adquiridos, o que vai demorar uma ou duas semanas". O preço foi fixado "num euro e oitenta cêntimos por metro quadrado".
A partir de Verín vão poder operar diferentes tipos de aeronaves especializadas no combate a incêndios na Galiza e no Norte de Portugal. É que, como sublinhou Gerardo Seoane, "o problema é que os incêndios atravessam a fronteira e não precisam de passaporte".
Gerardo Seoane está convencido que a ideia de construir a base aérea transfronteiriça no seu concelho "é boa", pois, "sem dúvida, a intervenção será muito mais rápida e a dimensão dos incêndios será muito mais pequena".
Em 2022, um grande incêndio consumiu cerca de seis mil hectares nos concelhos de Chaves e Verín.
Também para agilizar o combate, nomeadamente, aos incêndios florestais na zona de fronteira, a Eurocidade Chaves-Verín implementou um protocolo de comunicação ao nível da Proteção Civil municipal que tem dado frutos.
"O ano passado recebemos a ajuda de Portugal em dois incêndios, o que atravessou a fronteira e outro em Verín, e os nossos meios também colaboram quando há um incêndio em Portugal", realçou Gerardo Seoane.