Na TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou «inaceitáveis» os cortes decididos para o sector e avisou que os doentes vão ser prejudicados.
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O Ministério da Saúde publicou, quinta-feira em Diário da República, três despachos com os principais cortes previstos para o sector.
Entre os quais estão, o corte de dez por cento no trabalho extraordinário, o corte nas convenções com privados e o corte na contratação de médicos tarefeiros, que vão permitir ao Estado uma poupança de 35 milhões de euros até ao final do ano.
Em reacção a estes cortes, o bastonário José Manuel Silva disse ter dúvidas em relação à qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), alertando ainda para os efeitos negativos para os utentes.
«Não posso deixar de recordar que as horas extraordinárias existem não por vontade dos médicos, mas por necessidade dos doentes e do SNS, pelo que estar a reduzir de forma cega pode ter consequências para os doentes. O que para nós é completamente inaceitável», comentou o bastonário.
«Quanto ao limite imposto no pagamento às empresas fornecedoras de mão-de-obra médica, não deixa de ser curioso que um Governo ultra-liberal queira regular dessa maneira artificialmente o mercado. Portanto, se o Governo quer regular mercados há outros sectores onde o pode fazer. Não pode ser sempre a prejudicar os mesmos, neste caso os doentes», contestou José Manuel Silva.