Miguel Guimarães entende que a duração atual é demasiado curta. E quer que os colégios de especialidade da Ordem definam tempos mínimos.
Corpo do artigo
O urologista que é empossado como Bastonário da Ordem dos Médicos esta quarta-feira define quatro critérios que quer ver tidos em conta, nessa definição da duração mínima das consultas: a necessidade de fazer exames, tirar dúvidas que o doente possa ter, explicar-lhe tudo o que vai ser feito e ter em conta eventuais problemas informáticos.
Em declarações ao jornal Público, Miguel Guimarães considera que a duração atual das consultas "é muito curta" e há muita "pressão" sobre os médicos, para que atendam muitos doentes em pouco tempo.
O novo bastonário fala num "grande abuso por parte de algumas unidades de saúde, que marcam consultas com vários doentes em tempos simultâneos ou com intervalos muito curtos".
Miguel Guimarães recorda reclamações recentes de médicos, que se queixaram que foram obrigados a ver seis doentes por hora. Um limite que valeu fortes críticas da Ordem, há dois anos. Em janeiro de 2015, em comunicado, a anterior direção falou em ilegalidade e em desrespeito pelos doentes e pelas boas práticas da profissão.
Ainda assim, José Manuel Silva optou por não definir limites. No Fórum TSF, o antigo bastonário preferiu deixar a questão do tempo ao critério do médico, argumentando que só assim ficaria salvaguardada a "independência técnica" do clínico e a forma como gere a consulta.
Opinião diferente tem Miguel Guimarães, que entende que é preciso "aliviar a pressão", definindo um tempo mínimo de consulta e contratando mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde.
O governo acolhe de forma positiva a proposta da Ordem dos Médicos e manifestou total abertura para o diálogo. Fernando Araújo, secretário de Estado adjunto e da Saúde, reconhece que é preciso encontrar novas soluções para melhorar a qualidade no atendimento e a segurança dos doentes.
Fernando Araújo considera que a proposta da Ordem dos Médicos é sensata, racional e justificada.