Batalha "decisiva" foi há 639 anos. Aljubarrota volta a celebrar o dia em que Portugal recuperou a independência
Desde 2002 que a Fundação Batalha de Aljubarrota festeja o dia
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A 14 de agosto de 1385, no Campo de São Jorge, em Aljubarrota, D. João I de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira, e o exército português lutavam contra as tropas castelhanas e os seus aliados liderados por João I de Castela. O objetivo era apenas um: derrotar as tropas invasoras vindas de Castela e garantir a independência de Portugal. Desde 2002 que São Jorge festeja a vitória na batalha que durou apenas uma hora. Este ano, celebra-se o seu 639.º aniversário.
Em declarações à TSF, António Ramalho, presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota, responsável pela celebração deste dia, considera que “a batalha de Aljubarrota é particularmente importante e curiosa, porque sendo uma batalha onde as forças portuguesas eram menores que as castelhanas foi decisiva e rápida".
“Demorou menos de uma hora. O que acontece é que essa hora mudou o mundo, a batalha tinha presente os dois reis, D. João de Castela e D. João I de Portugal, presentes no campo de batalha, algo raro. Os dois sobreviveram, o que é mais raro. E os dois foram responsáveis por dar origem a duas potências marítimas que 100 anos depois acabam por assinar o tratado de Tordesilhas que dividia o mundo ao meio”, explica.
Durante o dia de quarta-feira, está preparado na região um programa focado no dia da batalha. António Ramalho adianta alguns dos destaques da programação, que conta com uma “importante parada militar, sempre realizada no monumento nacional no campo de batalha em São Jorge”.
"Como sempre existe uma importante parada militar, sempre realizada no monumento nacional no campo de batalha em São Jorge, procedida por uma missa campal com a presença do ministro da defesa Nuno Melo. Será feita posteriormente uma recreação de um aspeto fundamental da batalha com a tentativa e sobrevivência de D.João I", afirma.
Rui Amaral, vice-presidente da autarquia de Porto de Mós, considera que “este dia é um dia fundamental para o município e para todo o país". "Foi aqui que aconteceu uma das principais batalhas, a mais importante da época medieval em Portugal, o que explica a importância deste dia”, refere.
“Este dia é um dia fundamental para o município e para todo o país. Foi aqui que aconteceu uma das principais batalhas, a mais importante da época medieval em Portugal. Garantiu um efeito decisivo conseguindo a nossa soberania e independência para Portugal. É marcante e o nosso orgulho deve ser enaltecido e reconhecido. A batalha serve para isso”, sublinha.
O vice-presidente garante ainda que graças à batalha toda a região envolvente, do ponto de vista do turismo militar, "é muito importante, porque retrata o caminho militar das tropas para a batalha".
“Temos procurado na perspetiva de o turismo militar criar um programa recheado com várias intervenções. Não nos podemos esquecer que as tropas, antes da batalha, estiveram no castelo de Porto de Mós e foi a partir daqui que descobriram o terreno e planearam a batalha. Por isso, a Estrada Romana do Alqueidão da Serra e O Castelo de Porto de Mós acabam por ser, da perspetiva do turismo militar, muito importante, porque retrata o caminho militar das tropas para a batalha", acrescenta.
