Bateu o pé aos taxistas e defendeu a Uber. Agora tem nas mãos a pasta dos transportes
Com a polémica instalada entre os taxistas e a Uber, há uma opinião do secretário de Estado adjunto e do ambiente, com a tutela dos transportes, que pode não ajudar.
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Ainda antes de assumir o cargo, José Mendes escreveu num artigo de opinião para o Jornal de Notícias, em dezembro do ano passado, em que considerava os taxistas pouco sérios e educados, e que a Uber era um caso estrondoso de sucesso.
No texto, José Mendes sublinhou que não queria generalizar, mas foi categórico nas críticas aos taxistas. Para o secretário de Estado adjunto e do ambiente, os taxistas "são pouco sérios na escolha dos percursos, são pouco educados, ignoram os passageiros na hora de ouvir o relato da bola, apresentam-se mal e não evitam aquele olhar de macho quando a cliente tem a saia mais curta".
Este artigo de opinião do agora governante surgiu pouco depois de a TAP ter assinado um acordo com a Uber, o que levou a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral) a ameaçar a companhia com um boicote aos passageiros no aeroporto. "Podemos deixar de ir ao aeroporto buscar passageiros". No artigo, José Mendes confessou que tinha vontade de convocar as massas para um "podemos deixar de utilizar os táxis do aeroporto".
Para o secretário de Estado adjunto e do ambiente, "para quem oferece um serviço tão desqualificado como o dos taxistas da praça aeroportuária da capital, a Antral devia moderar as suas ameaças". Até "podem existir dúvidas sobre a qualidade do serviço", mas "em relação aos táxis do aeroporto eu só tenho certezas", sentenciou.
José Mendes, na altura, deixou ainda uma sugestão no ar, cunhada do "governo local de Washington, que em vez da interdição do serviço Uber promoveu a criação de uma outra plataforma semelhante para lhe fazer concorrência".