Em entrevista à SIC Notícias, Miguel Maya e António Ramalho deixaram a garantia que estão prontos a ajudar a economia portuguesa a livrar-se "de um outro vírus". Ambos concordam que a Europa deve introduzir os coronabonds.
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O Novo Banco e o BCP estão "preparados" para ajudar a economia portuguesa, na sequência da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Depois de terem surgido, ao longo da última semana, queixas de famílias e de empresários face à expectável perda de poder de compra e de clientes, os dois bancos privados mostram-se determinados.
Entrevistado na SIC Notícias, o presidente do BCP, Miguel Maya, explica que a instituição que lidera tem preparado um pacote de medidas que ascendem a 4,7 mil milhões de euros.
Questionado sobre se vai implementar as moratórias, Miguel Maya alerta que só falta o "diploma legal", da Autoridade Europeia Bancária, para fazer as reestruturações que vierem a ser solicitadas.
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"Temos as medidas todas preparadas. Falta diploma legal que permita que essas reestruturações se enquadrem numa moratória e que essa moratória", sublinha.
Miguel Maya considera ainda que o Governo "está a fazer o que deve ser feito", mas insiste que as negociações com as autoridades europeias devem ter o seu resultado "até ao final da semana" para, logo a seguir", o banco implementar as medidas de acordo com as regras.
"Este é o tempo da execução e não o tempo dos anúncios"
O presidente do Novo Banco concorda com a posição do líder do BCP. Também entrevistado na SIC Notícias, António Ramalho defendeu que "o fundamental é assegurar a liquidez", avisando que vem aí, nos próximos meses, "um outro vírus".
"Daqui a uns meses temos de ter os bancos em boas condições para financiar a economia. É fundamental que esta moratória se concretize", disse.
António Ramalho enumerou ainda que o Novo Banco já reduziu, quase na totalidade, várias comissões bancárias nas transferências online, pagamentos de serviços, cash advance e cartões de débito.
Coronabonds
Para Miguel Maya, este tempo de incerteza deve ser aproveitado pela Europa para mudar a forma como trabalha, em matéria económica. O presidente do BCP defendeu os chamados "coronabonds". "Acho vital para o futuro e coesão da Europa", vincou.
Por outro lado, o presidente do Novo Banco destacou o papel fulcral da chanceler alemã nesta eventual decisão.
"Espero que a chanceler Merkel tenha esse grande momento de lucidez, que é nos coronabonds, conseguir assegurar aquilo que ela merece, que é um momento especial, salvando mais uma vez a Europa", concluiu.