BE chama Marta Temido ao Parlamento para clarificar direitos dos seguranças hospitalares
O Bloco de Esquerda explica que o Ministério da Saúde está a aceitar empresas que não cumprem a lei.
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O Bloco de Esquerda ouviu por videoconferência as dificuldades dos vigilantes de segurança privada. Cinquenta seguranças explicaram ao partido as dificuldades de trabalho, principalmente nos hospitais, e Catarina Martins comprometeu-se a chamar a ministra da Saúde, Marta Temido, ao Parlamento para discutir o problema.
Os vigilantes são os primeiros a receber os utentes, à porta dos serviços de saúde, mas a líder do Bloco de Esquerda reconhece que nem o ministério tutelado por Marta Temido lhes reconhece o serviço.
"O Ministério da Saúde está a aceitar as empresas que o Ministério do Trabalho expulsou por não estarem a cumprir a lei. Temos, neste momento, os vigilantes que estão à porta do hospital a receber os doentes, que se expõem todos os dias, sem direitos. Isto não é aceitável", rematou.
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Catarina Martins afirmou não compreender o motivo pelo qual o Ministério da Saúde "não faz pelo menos o mesmo que fizeram o Ministério das Infraestruturas e o Ministério do Trabalho para proteger estes trabalhadores".
Em plena crise económica, o cenário piorou. Ainda assim, antes da pandemia, a precariedade já marcava grande parte dos trabalhadores. "Neste setor a lei nunca foi muito cumprida. A precariedade é a regra, as horas longas nunca pagas são a regra. Este cenário tem vindo a piorar muito rapidamente. Apareceram mais empresas que concorrem ao Estado com valores tão baixos que nem dá para cumprir a lei quanto aos salários. E o Estado aceita", lamentou Catarina Martins.
No setor, as empresas vão rodando, mas a longevidade dos trabalhadores não é respeitada.
"As empresas não tem cumprido as regras de transmissão de estabelecimento. Alguém que está há anos, como o Mário que está aqui, no Hospital Amadora-Sintra a receber os doentes que lá chegam, de um momento para o outro é despedido porque a empresa que ganhou o concurso decidiu não cumprir a lei", apontou.
Mário Rodrigues é um dos muitos vigilantes que está no desemprego. Representou, presencialmente, os vigilantes de segurança privada, e espera agora que o Estado cumpra com os apoios.
Outro tema que o partido quer ver esclarecido é a questão da vacinação, uma vez que os hospitais têm tido critérios diferentes no caso de trabalhadores que estão mais expostos, como os vigilantes de segurança, mas também os trabalhadores da limpeza.
A porta-voz bloquista lembrou que, independentemente do contrato laboral, é preciso vacinar quem está na linha da frente no combate à pandemia.
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