Para os bloquistas, "a estabilidade e a previsibilidade deste Orçamento do Estado dizem uma única coisa: a única coisa previsível é o empobrecimento e não há estabilidade na pobreza".
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O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) colou esta quinta-feira a proposta do Orçamento do Estado para 2023 às políticas de direita, atirando ao PS que "quem não quer ser lobo não lhe veste a pele".
"Fica chateado o senhor primeiro-ministro quando comparamos as posições do PS às da direita. Mas diz o povo, e frase é lapidar: quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele", defendeu Pedro Filipe Soares, no debate sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2023.
Para os bloquistas, "a estabilidade e a previsibilidade deste Orçamento do Estado dizem uma única coisa: a única coisa previsível é o empobrecimento e não há estabilidade na pobreza".
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No primeiro dia de debate sobre o Orçamento no parlamento, a coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou que o Governo apresentou um "mau" Orçamento e que "a direita faria igual", tendo o primeiro-ministro, António Costa, acusado os bloquistas de "ódio cego" ao PS - sentimento negado hoje por Pedro Filipe Soares.
"Ódio ao PS não temos nenhum, nem ao PS nem ao senhor primeiro-ministro. Mas sabemos que odiosas são as políticas, odioso é o empobrecimento", defendeu.
Para o BE, odioso é também "garantir borlas fiscais aos patrões e recusar baixar os impostos sobre quem trabalha" ou "achar que o mercado tudo pode, impedindo até famílias de ter uma casa digna ou jovens de estudar".
"Odioso é dizer, como a direita disse, para atacar a Segurança Social, que cumprir a lei das pensões pode colocar em causa o futuro da Segurança Social", atirou.
Pedro Filipe Soares vincou que os bloquistas serão "a voz da oposição ao empobrecimento".
"Bem pode o senhor primeiro-ministro tratar o BE com desdém. Hoje, como no passado, é para o lado que dormimos melhor, era de julgar que já tivesse aprendido a lição por esta altura. Mas sabemos como as palavras podem ser cortantes e, por isso, as perguntas que fazemos ao Governo doem, porque são aquelas que demonstram as incongruências e os truques de quem se diz ter o orçamento mais à esquerda de sempre e na prática copia tantas das políticas da direita", acusou.
Pelo PS, o deputado Bruno Aragão acusou os bloquistas de "truques de comunicação" e atirou: "O BE nunca escolhe as crises, mas escolheu as respostas, quer na pandemia quer agora, e a resposta foi não se comprometer e saltar fora e isso também deve ficar claro para os portugueses".