O Bloco apelou hoje aos partidos para não cederem à «chantagem da Banca» e aprovem até 25 de julho o pacote de medidas para resolver o incumprimento dos contratos de crédito à habitação.
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Na quarta-feira da próxima semana vão realizar-se as últimas votações desta sessão legislativa e, em conferência de imprensa, no Parlamento, o deputado do BE Pedro Filipe Soares sustentou que mais «1500 famílias ficarão sem as suas casas» se o Parlamento deixar esta questão para depois do verão.
Segundo Pedro Filipe Soares, «a chantagem da banca, feita na voz da Associação Portuguesa de Bancos, é enorme e por isso lançou algum pânico e alguma confusão sobre as propostas que estão em cima da mesa» no grupo de trabalho criado para debater alterações à legislação sobre o crédito à habitação, e que hoje à tarde termina as suas audições.
«O Parlamento não pode ficar refém nem se amedrontar da chantagem da banca, antes deve fazer aquilo a que se propôs, que é nesta sessão legislativa trazer soluções concretas, aprová-las, transformá-las em corpo de lei para responder ao flagelo do incumprimento do crédito à habitação», defendeu o deputado do BE, acrescentando: «Essa chantagem funcionou por tempo demais, nós não aceitamos que continue».
«Nós não aceitamos que o Parlamento possa ceder a essa chantagem. O Parlamento deve ser firme na defesa daquilo a que se propôs, que é a defesa do direito à habitação, a defesa de soluções para os problemas de incumprimento das famílias no crédito à habitação. Por isso lançamos este apelo», reforçou.
O deputado do BE rejeitou a «ideia de que são precisos mais estudos, mais dados» e pediu a todos os partidos que, uma vez terminadas as audições, «tragam para o terreno as suas propostas" para se chegue "a um consenso, a um texto final» que seja aprovado em votação final global na quarta-feira da próxima semana.
Pedro Filipe Soares referiu que o BE «trouxe este tema a debate após umas jornadas parlamentares, no início de março» e que as alterações à legislação que regula o crédito à habitação estão a ser debatidas na especialidade há quatro meses, o que considerou «muito tempo».
«Não podemos adiar mais aquilo que é urgente», insistiu, assinalando que há «155 mil famílias que estão, neste momento, em incumprimento» do contrato de crédito à habitação: "São 155 mil famílias que estão a olhar para nós, à espera do que a Assembleia da República faça».