
João Semedo
Global Imagens/Artur Machado
O coordenador do BE responsabilizou o PR pela «situação dramática em que vivem muitos portugueses», por «sustentar» o Governo, que «só sobrevive», porque «não o demite como devia fazer».
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«O Presidente da República, ao sustentar o Governo, torna-se também responsável pela situação dramática em que vivem muitos portugueses», disse João Semedo, referindo que o Executivo PSD/CDS-PP «só sobrevive» porque Cavaco Silva «não o demite como devia fazer».
Segundo João Semedo, «a intervenção do Presidente da República não ajuda o país a sair da crise, pelo contrário, acentua a continuação deste Governo, é um malefício para o país, para sairmos da crise, melhorar a nossa economia, para ter políticas de emprego, políticas sociais, que ajudem milhões de portugueses, que, neste momento, vivem muitas dificuldades».
«Temos um Governo que se está a esfrangalhar. Não fosse o apoio do Presidente da República, já não teríamos Governo», disse João Semedo, referindo que o Executivo PSD/CDS-PP «está em declínio, na sua agonia, na sua fase final e, portanto, o apoio do Presidente da República é, digamos, o apoio do único português que ainda sustenta este Governo».
Questionado pelos jornalistas sobre as alegadas divisões no Conselho de Ministros de sexta-feira, o líder do Bloco de Esquerda disse que o Governo «está em desagregação».
«Os ministros não se entendem uns com os outros. O PSD não se entende com o CDS-PP e o CDS-PP não se entende com o PSD. Se não fosse o apoio do Presidente da República, já não teríamos Governo e isso seria bom para o país», insistiu.
O semanário Expresso noticiou na sua edição 'online' de sexta-feira que a reunião de Conselho de Ministros realizada no mesmo dia só terminou perto das nove da noite e decorreu num clima duríssimo.
João Semedo disse que o Bloco de Esquerda vai responder «afirmativamente» à carta enviada pelo novo ministro-adjunto, Miguel Poiares Maduro, e comparecer na reunião pedida, embora não tenha «nenhuma expectativa», porque o Executivo PSD/CDS-PP «não é um Governo de diálogo».