Com a nacionalização da empresa em cima da mesa, BE e PCP procuram perceber o que vai ser feito para garantir o futuro e viabilidade económica de um ativo que ambos identificam como "estratégico" para o país.
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O Bloco de Esquerda quer saber qual é o plano do Governo para uma eventual nacionalização da TAP, uma possibilidade admitida esta manhã na TSF pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
A deputada bloquista Isabel Pires aplaude a intenção, mas pede mais explicações ao executivo. "É preciso clarificar a estratégia do Governo", sublinha a deputada, explicando que o partido já entregou um requerimento para ouvir também a administração da TAP.
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"É uma empresa estratégica, se o Governo tem esta ideia de abrir a porta a todo o tipo de soluções, que podem incluir a nacionalização, é altura de falarmos sobre essa estratégia e percebermos como é que o Governo a quer levar a cabo", considera.
Confrontada com o impacto da pandemia na economia do país, Isabel Pires reconhece que o processo não será fácil. "O setor da aviação tem legislação comunitária muito específica e é um setor muito diferente de todos os outros", pelo que é preciso estudar a matéria da nacionalização de uma forma mais aprofundada.
Os bloquistas entendem também que é preciso ir mais longe no investimento na economia, olhando sobretudo para o emprego. Já pelo PCP, Bruno Dias lembra que o partido sempre defendeu o controlo público da TAP e aponta mesmo várias questões que devem ser feitas desde já.
A primeira está relacionada com o lay-off na empresa que "está a atingir direitos e salários dos trabalhadores", procurando saber em específico o que vai ser feito para "travar a situação".
Concordando que a TAP assume um "papel estratégico e fundamental" no setor da aviação e no país, Bruno Dias lembra que outras empresas como a Groundforce ou a Portway em que os trabalhadores também enfrentam questões que colocam os seus direitos sob ameaça.
Questionado sobre as dificuldades que a economia portuguesa vai enfrentar, Bruno Dias defende que, apesar dos "custos e encargos" de nacionalizar a TAP, perder a empresa seria uma situação "incomparavelmente mais grave".