A deputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e o deputado do PS, Manuel Pizarro, dizem não entender por que um governo que anunciou que ia ser reduzido tem 35 secretários de Estado.
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O Bloco de Esquerda considera a eleição de 35 secretários de Estádo uma orgânica incoerente tendo em conta que o governo anunciou que o executivo seria mais curto do que o habitual.
À TSF, a deputada Catarina Martins diz que lhe «parece em muito uma lista de segundas escolhas» e considerou «estranho como há seis secretários de Estado num ministério e depois não há nenhum secretário de Estado para a Justiça».
«Nunca houve um Ministério dos Negócios Estrangeiros com mais secretários de Estado do que aquele que tem agora Paulo Portas. Há aqui algo de absurdo, o que nos deixa apreensivos», refere.
Por sua vez, o socialista Manuel Pizarro, antigo secretário de Estado da Saúde destacou, num debate na RTPN, o excessivo número de secretários de Estado, ao todo seis, que vão dar apoio ao ministro da Economia.
«Julgo que estamos perante o ministério com maior número de secretarias de Estado que já foi criado no nosso país», apontou o deputado, que prevê que a «coordenação» do Ministério da Economia «será algo muito complexo».
Manifestando preocupação com esta situação, o parlamentar socialista fica para ver as «consequências de uma organização governamental que não é a mais adequada».
«Um governo com onze ministros é bom do ponto de vista propagandista, mas depois tem ministérios com um número excessivo de secretarias de Estado que vão dificultar a coordenação», frisou.
Neste mesmo debate, o comunista Jorge Machado considerou que não houve nenhuma poupança neste governo, dado que «o que se poupa em ministros ganha-se em secretários de Estado».
«Aquilo que se quis poupar, dando-se uma mensagem de que se iria reduzir o número no Governo, foi necessário colmatar com a criação de secretários de Estado pra estas matérias», concluiu.