BE exige ao Governo que cumpra acordo na saúde. Costa garante que tudo será executado
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, referiu que não deseja "contratos temporários" no setor vital para o país.
Corpo do artigo
O Bloco de Esquerda exigiu esta quarta-feira ao Governo que cumpra matérias acordadas no Orçamento deste ano sobre contratação de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o primeiro-ministro a dizer que essas metas serão alcançadas.
A questão da saúde foi o primeiro ponto levantado na interpelação da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, ao primeiro-ministro, António Costa, no debate sobre política geral na Assembleia da República.
Sem fazer qualquer referência às negociações do Orçamento para esta ano, Catarina Martins deixou no entanto um aviso a António Costa: "O Governo tem de executar o que foi orçamentado" para 2020".
"O que é mais cruel de tudo isto é que, mesmo sem pandemia, o SNS estaria frágil. Por isso, no Orçamento do Estado para 2020, o Bloco de Esquerda negociou e viabilizou-o para haver mais investimento e mais contratações. E um dos maiores problemas neste momento é que nem essas contratações nem esse investimento aconteceram", sustentou Catarina Martins.
12887482
Catarina Martins defendeu depois o fim de poderes excessivos da Ordem dos Médicos no controlo ao nível de profissionais jovens médicos a formar, assim como a existência de um melhor regime de dedicação plena no SNS.
"Não queremos contratos temporários. O SNS precisa de um saldo líquido de mais profissionais", advertiu.
Na resposta, o primeiro-ministro afirmou que este ano "o Governo cumprirá a meta de, em dois anos, haver mais 8400 profissionais no SNS, apesar da circunstância da covid-19".
"Ao longo dos últimos cinco anos foi feito um esforço de recuperação no desinvestimento feito no SNS. No Orçamento para 2020 houve um reforço de 900 milhões de euros e no Suplementar mais 500 milhões de euros. Ou seja, só este ano tivemos um reforço de 1400 milhões de euros, o que corresponde a tudo aquilo que a direita tinha reduzido em investimento no SNS entre 2011 e 2015", sustentou.
Em relação às exigências de Catarina Martins, o primeiro-ministro estimou que, em termos líquidos, "há mais 5200 profissionais no SNS do que no final do ano passado".
"O Governo, através do decreto publicado no passado dia 01 deste mês, de integrar no SNS 4380 profissionais. Desses, 2995 já estão integrados, entre 912 enfermeiros, 220 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica", acrescentou o primeiro-ministro.
Quanto aos médicos em falta, outra das reivindicações mais insistentes do Bloco de Esquerda, o líder do executivo disse que 1385 vagas estão já para concurso, das quais 911 para médicos hospitalares, 435 para especialistas em saúde pública e familiar e mais 39 para saúde pública.
"Vamos cumprir a parte que este ano temos de cumprir para em dois anos termos mais 8400 profissionais no SNS. Estamos a cumprir esse compromisso", acrescentou.