A deputada do BE Helena Pinto exigiu hoje explicações do ministro da Saúde, já na quinta-feira, sobre problemas de acesso a medicamentos contra a hepatite C, após Paulo Macedo ter sido confrontado no parlamento por doentes.
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«O ministro disse hoje em sede de comissão que ele próprio, a começar hoje, iria averiguar todo o circuito dos pedidos de autorização para a utilização deste tipo de medicamentos nos doentes com hepatite C. Esse inquérito tem de ser ultrarrápido e amanhã [quinta-feira] o ministro tem de esclarecer o país», afirmou, nos passos perdidos.
Questionada sobre se o responsável governamental tem condições para se manter no cargo, a parlamentar bloquista defendeu que se devem apurar «todas as responsabilidades, a todos os níveis», num processo que classificou de «muito grave».
«Agora, há aqui a responsabilidade do ministro, a responsabilidade política do Governo. É ele que tem de responder perante os cidadãos e as cidadãs. Não se pode perder nem mais um dia. Pode ser qualquer um de nós a ter uma doença como esta, que não tem cura, e a saber que está ali um medicamento e que o seu Governo não faz tudo para lhe salvar a vida», disse.
No final da audição parlamentar, o ministro da Saúde recebeu os filhos de duas doentes com hepatite C, tendo garantido que iria averiguar a razão de uma das doentes ter falecido na sexta-feira sem receber um medicamento inovador.
A farmacêutica Gilead, detentora do medicamento inovador para a hepatite C, informou posteriormente que a doente que morreu na sexta-feira vítima da doença podia ter tido acesso ao fármaco sem qualquer custo para o Estado.
Na nota hoje enviada à agência Lusa, a Gilead disse nunca ter recebido qualquer nota de encomenda para o uso do medicamento na mulher de 51 anos, apesar de o laboratório o ter disponibilizado. A Gilead recorda ainda que, no dia 16 de janeiro, foi acordado com o Ministério da Saúde o acesso sem custos ao medicamento para a hepatite C para os 100 doentes mais urgentes.