O Bloco de Esquerda (BE) lembrou hoje que sempre combateu «mordomias» como as subvenções vitalícias, criticando o CDS-PP por querer agora tirar «da manga esta carta» para superar uma «semana negra».
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«O BE sempre combateu as benesses, todo o tipo de mordomias que aqueles que desempenham cargos públicos pudessem ter», declarou aos jornalistas o líder do grupo parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares.
O deputado falava no dia em que o Diário Económico noticia que o Governo da maioria pretende cortar 15 por cento das subvenções vitalícias dos políticos, eliminadas em 2005, mas ainda válidas para os que já tivessem direito a elas anteriormente.
«Em 2005 conseguimos fazer parte daqueles partidos que apoiaram esta mudança legislativa, o que permitiu dar um avanço na qualidade da nossa democracia. É curioso que o CDS, o único partido que não fez parte deste movimento, é agora o que parece ser mais radical na proposta. É um artifício, é forma, não é conteúdo», declarou Pedro Filipe Soares.
Por seu turno, o PCP mostrou-se contra as subvenções vitalícias de antigos titulares de cargos políticos, já que foi o único partido contra a sua criação, mas sublinhou que o emblema do Governo PSD/CDS-PP é a «redução salarial generalizada».
«O PCP está particularmente à vontade relativamente à questão das subvenções dos titulares de cargos políticos porquanto, quando essa medida foi decidida, no início dos anos 80, foi o único partido que se lhe opôs e que nunca concordou com a existência desse tipo de subvenções e que concordou, em 2005, quando foi tomada a decisão de as extinguir», disse o deputado comunista e vice-presidente da Assembleia da República António Filipe.