Paulino Ascenção fala de distribuição de cheques e vales de compra e questiona concessões ao Grupo Pestana.
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As últimas horas da campanha para as eleições regionais da Madeira ficaram marcadas pelos pelo pedido de Miguel Albuquerque, que pediu uma vitória expressiva do PSD, e pelas palavras de Paulo Cafôfo, do PS, que avisou contra os "alarmismos populistas" que "apontam para o caos" em caso de derrota social-democrata.
Uma sondagem da Universidade Católica para a RTP dá a vitória ao PSD sem maioria absoluta, com 23 deputados - menos um do que os 24 que tem hoje. Já os socialistas surgem a nove pontos do PSD, com hipóteses de eleger 18 deputados.
Entre os favoritos, PSD e CDS, o Bloco de Esquerda quer reforçar os dois deputados que tem, hoje em dia, na Assembleia madeirense e, para isso, aposta em marcar a diferença na campanha.
Não há camisolas... nem cheques. A ressalva é feita por Paulino Ascenção, o cabeça de lista bloquista, que aponta o dedo ao partido do poder.
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"Houve distribuição de cheques e de vales de compra. Por exemplo, para as amas adquirirem em determinadas lojas equipamentos para a sua atividade como batas e sandálias. Para os agricultores, através das casas do povo - que são praticamente extensões da secretaria dos Assuntos Sociais, extensões do PSD. Distribuíram cheques aos agricultores", atira.
De documento em documento, Paulino Ascenção passa dos cheques aos convites que, revela, foram endereçados "à generalidade dos serviços da Administração Pública" para almoçarem na Quinta Vigia, a residência oficial do Presidente do Governo Regional, na presença de Miguel Albuquerque.
Aberto a acordos à esquerda, o BE tem no presidente do Governo Regional o principal alvo. Os bloquistas pediram esclarecimentos sobre alegados favorecimentos do Grupo Pestana, que 30 anos depois voltou a ficar com a concessão da zona franca da Madeira e de uma quinta que era gerida por Miguel Albuquerque.
"Depois de assumir a presidência, essa unidade hoteleira está agora a ser explorada pelo Grupo Pestana. O grupo beneficiou da decisão de Albuquerque de renovar a concessão da zona franca - Centro Internacional de Negócios da Madeira, sem concurso público. Há aqui duas transações de que são parte Miguel Albuquerque e o Grupo Pestana: uma da esfera pessoal e outra que tem a ver com todos nós", explicando Paulino Ascenção que nunca foi explicado "cabalmente que uma coisa não tenha a ver com a outra".
Um dos objetivos do BE é acabar com várias concessões a privados, entre elas a da zona franca da Madeira.