O ministro da Administração Interna diz que sempre defendeu os direitos humanos e que a morte do cidadão ucraniano foi tornada pública por sua iniciativa.
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O Bloco de Esquerda pediu, esta quinta-feira, a demissão de Eduardo Cabrita do Ministério da Administração Interna (MAI) por considerar que o ministro não tem condições para permanecer no cargo e levar adiante a reforma do SEF. Pedro Filipe Soares, líder parlamentar, diz que esperou para ouvir as explicações do MAI, mas só ouviu uma tentativa de vitimização.
"Quem, oito meses depois, se coloca no centro da polémica para se vitimizar, com certeza não percebeu aquilo que deveria ter hoje dito ao país. E por isso, como conclusão das afirmações que teci anteriormente, quero dizer-vos que, da parte do Bloco de Esquerda, reconhecemos que o ministro da Administração Interna não tem capacidades para continuar com a tutela do SEF e garantir, no futuro próximo, as alterações que o SEF precisa", justificou Pedro Filipe Soares.
Para o BE, o facto de não haver nenhuma mudança estrutural no SEF oito meses depois de um acontecimento "gravíssimo" mostra que quem esteve ao comando da entidade até agora não pode fazer parte da solução.
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"Como é óbvio, compete ao primeiro-ministro decidir sobre os membros do Governo, mas no que toca à opinião do Bloco de Esquerda, por aquilo que disse e, acima de tudo, pelo futuro que precisamos para a garantia de que Portugal é um estado de direito e de que o SEF tem as alterações estruturais necessárias para dar essas garantias a quem chega ao nosso país, consideramos que o ministro da Administração Interna não tem condições para fazer essas alterações estruturais", acrescentou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
Questionado esta quinta-feira sobre a hipótese de demissão, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse que está de consciência tranquila em relação ao seu mandato, sublinhando que a decisão de se afastar do Governo cabe ao primeiro-ministro.
Nos últimos dias, a continuidade de Eduardo Cabrita no cargo de ministro foi questionada por alguns partidos políticos, na sequência da morte de um cidadão ucraniano em instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no Aeroporto de Lisboa, mas o governante afastou a possibilidade de se demitir.
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"Tal como estou aqui porque o senhor primeiro-ministro entendeu nessa altura tão difícil [em outubro de 2017] pedir a minha contribuição nessas novas funções, também relativamente a esta matéria só o primeiro-ministro lhes poderá responder", afirmou Eduardo Cabrita em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.
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