O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo condenou o «carrossel de casos de corrupção» que disse degradar a democracia, afirmando que hoje já não é só a fruta que está podre, é também a frutaria.
Corpo do artigo
«Nos últimos meses assistimos a uma vertiginosa sucessão de escândalos financeiros e empresariais, a um carrossel de casos de corrupção», disse, apontando como desafio do BE «defender o regime democrático contra a corrupção».
No seu discurso de abertura da IX Convenção do BE, que decorre no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, João Semedo criticou a «promiscuidade entre negócios e política», reconhecendo que hoje «a corrupção vai mais longe, com os casos dos vistos "gold", que estende a sua teia aos lugares mais altos».
«Para a direita, o mundo elitista preconceituoso, tudo isto são excessos, evitáveis ou então negócios mal sucedidos entre gente fina, engravatada e bem perfumada. Para a direita, a fraude só existe nos beneficiários do rendimento social de inserção», disse.
«Ontem, dizia-nos a [coordenadora] Catarina Martins que já não era um problema da fruta estar pobre, é o próprio cesto. Se calhar hoje podemos dizer que hoje, é a fruta, o cesto e a própria frutaria», disse.
Semedo criticou o Governo PSD/CDS-PP e o Presidente da República, que disse ser «o seguro de vida» do Executivo de direita cuja atuação constitui «uma vingança contra os trabalhadores». Segundo João Semedo, o resultado da ação do Governo «é a transferência de rendimentos dos trabalhadores para o capital» e a descida dos salários em 20 % nos últimos três anos, apesar de nunca ter havido «tantos milionários».