"Beleza estonteante." The New York Times destaca região portuguesa do Barroso
A reportagem do jornal norte-americano sublinha a fraca intromissão do novo coronavírus naquela zona do país.
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A região do Barroso, delimitada pelos concelhos de Montalegre e Boticas, foi alvo de uma reportagem pelo jornal norte-americano The New York Times. Com uma "beleza estonteante", mas um "clima severo" e "terreno acidentado", as fotografias e o texto de André Vieira retratam uma das zonas escondidas de Portugal.
Num percurso que começou na aldeia de Vilarinho e terminou em Covas do Barroso, a reportagem destaca o recurso à agricultura para a sobrevivência da população, num "sistema autossuficiente, onde os habitantes comem o que cultivam e assam o seu próprio pão".
"Casas de pedra rústica, com barracões para os animais, celeiros de granito, e fontes de água públicas alinhadas nas ruas," descreve o jornal.
O Barroso foi classificado como património agrícola mundial em 2018, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. A região foi, na altura, o primeiro território português a integrar o património agrícola mundial.
A distinção promoveu os sistemas agrícolas e o recurso a alimentos biológicos.
A reportagem do jornal norte-americano destaca, igualmente, a fraca intromissão do novo coronavírus na região. No último boletim epidemiológico publicado pela Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso verifica-se que, desde o início da pandemia, Montalegre conta com 198 casos de Covid-19 e um óbito. Por outro lado, Boticas ainda não registou qualquer morte, e confirmou 59 infetados.
Os habitantes da região têm, nos últimos anos, lutado contra os projetos de exploração de lítio na Mina do Barroso e na aldeia de Morgade. Em setembro deste ano, o Governo recuou e decidiu avançar com uma avaliação ambiental, antes de certificar as empresas para a exploração.
O conjunto de reportagens do The New York Times, em plena pandemia, pretende dar a conhecer recantos do mundo num tempo em que as viagens são restritas.