Marcelo Rebelo de Sousa escolheu o Porto para encerrar as cerimónias de tomada de posse. A visita começa com uma receção na Câmara. À tarde, o Presidente entrega-se à cultura. No bairro do Cerco terá à sua espera os OUPA - um grupo de hip-hop que nasceu de um projeto de integração social.
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São OUPA e querem dar eco ao Cerco, o bairro da zona oriental do Porto.
Gisela Borges, psicóloga coordena o projeto, cujo "principal vetor é social, apesar de ser também um projeto cultural e artístico. Quisemos trabalhar a identidade e o sentimento de pertença a este território"
Ricardinho, Ruubi, DN e Raune (nomes artísticos) são a face do sucesso deste projeto municipal. Vão atuar para Marcelo Rebelo de Sousa, com o mesmo entusiasmo com que receberam o convite. "Estávamos ao telemóvel com a Gisela e foi a euforia total".
O grupo de hip-hop já criou 8 músicas, que são um espelho das suas vidas, como explica Gisela Borges. "Falam dos rótulos e dos preconceitos que eles sentem... dos percursos pessoais, a necessidade de se expressarem e de se fazerem ouvir. Às vezes não é fácil".
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Para Ricardinho, o encontro entre o bairro e o Presidente tem tudo para correr bem. Marcelo é um '4x4'. "A vinda ao bairro, a ida à mesquita... Vê-se que ele está disposto a lutar por todos os povos simultaneamente".
DN espera que o novo presidente seja um deles. "O projeto gira em torno do bairro. Mostra o que o bairro é, esperamos que ele ouça a mensagem. Ele vai compreendê-la".
A praceta que vai ser palco da atuação dos OUPA chama-se Largo dos Afectos, a palavra mais repetida por Marcelo Rebelo de Sousa nos últimos tempos.
Tiago Espírito Santo, também psicólogo e coordenador do grupo, não sabe se é coincidência, mas espera uma sintonia de afetos entre o Cerco e o presidente da República. "Quero ver o professor Marcelo com o braço no ar!".