O empresário esteve na inauguração do Museu do Azulejo, em Estremoz.
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Joe Berardo encara a penhora de um terço do seu salário por parte da Caixa Geral de Depósitos como um empréstimo que vai reaver no futuro. O empresário madeirense falava hoje em Estremoz onde apresentou à comunicação social o Museu do Azulejo que sábado abre ao público. A obra contou com financiamento comunitário de 2,5 milhões de euros.
O empresário madeirense separa as águas. De lado um ficam as suspeitas que recaem sobre si e do outro o financiamento comunitário de 2,5 milhões de euros que viabilizou a abertura do Museu do Azulejo em Estremoz.
"Se fosse assim, o governo, que tem casos contra ele na Justiça, nunca ia fazer nada.
Uma coisa não tem a ver com outras", comentou, durante a apresentação aos jornalistas do renovado Palácio dos Henriques - também conhecido por Palácio Tochas, no centro de Estremoz. Um imponente edifício pré-pombalino, construído provavelmente no início do século XVIII, que passa a reunir a coleção de azulejos de Joe Berardo, apresentada como uma das melhores da Europa.
Em dia de emoções fortes, como o próprio empresário assumiu, faltou a pompa e circunstância a representação do Governo, apesar dos convites endereçados às ministras da Cultura e da Coesão Territorial, segundo avançou Berardo.
Chamado a comentar a dívida de 50 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, recordou o jantar de ontem com o advogado, que o aconselhou a não se pronunciar sobre o tema. "A verdade é como o azeite e há de vir ao de cima", referiu, avisando que está disposto a um entendimento de "forma razoável", mas alertou que se assim não for caberá ao tribunal tomar uma decisão, "Quando for o tribunal acho que já não vou estar aqui. Podem ser 20 anos, não é?", sublinhou.
Já sobre a penhora de um terço da sua pensão, Berardo voltou à carga com ironia: "um dia, quando a verdade vier ao de cima, eles vão ter que me pagar para trás. É um empréstimo que eu estou a fazer à Caixa".
O Museu do Azulejo é inaugurado oficialmente no sábado, admitindo o empresário madeirense que escolheu Estremoz por já ter negócios na região relacionados com a produção de vinho, encarando a abertura desta coleção ao público como o impulso para que Portugal apresente a candidatura do azulejo nacional a património mundial da UNESCO.Joe Berardo confirmou ainda ter em carteira a criação de um outro museu em Estremoz, que deverá reunir a sua coleção de cerca de 5 mil peças de arte africana. O projeto aguarda pelo fim da pandemia imposta pela covid-19, estando projetado para o antigo edifício da Federação Nacional dos Produtores de Trigo.