A marcar este primeiro dia de greve, cerca de duas centenas de médicos juntaram-se em frente ao ministério da Saúde. O objetivo era dar voz àquelas que têm sido as reivindicações que estiveram nos últimos meses na mesa das negociações falhadas com o Governo.
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"Adalberto, só conversa... Berto ciao, Berto ciao, Berto ciao, ciao, ciao". A canção de protesto italiana usada contra o fascismo e agora celebrizada pela série de televisão "A Casa de Papel" serve de inspiração à luta dos médicos.
Em frente ao ministério da Saúde, seguram cartazes amarelos e pretos em defesa da dignidade do Serviço Nacional de Saúde.
De bata branca, João Proença, presidente da Federação nacional dos Médicos, dá voz às reivindicações: "É importante para fazer ver à população que a nossa luta é pela melhoria dos serviços de saúde, nomeadamente na melhoria da acessibilidade às consultas de medicina geral e familiar e dos hospitais, para evitar esta desgraça dos bancos de urgência cheios de gente".
Se o ministro diz que compreende as reivindicações dos médicos, "isso é uma prova de cinismo", diz o sindicalista, que acusa o governo de se recusar a negociar com os médicos.
Filipe Froes é o líder do "SNS in black", um movimento de médicos que todas as sextas feiras se vestem de negro para trabalhar. "Há um desfasamento total entre o discurso do ministério e a realidade do SNS que resulta de uma vivência do planeta Excell e Power Point e que desconhece a realidade do SNS", sublinha.
A marcar presença em nome da CGTP esteve Arménio Carlos, que acusa o governo de estar a encaminhar para outros lados o dinheiro que diz que não existe para o SNS. Daí o desafio ao Governo: "Deixe de estar obcecado com a redução do défice e passe a estar mais preocupado com a saúde das pessoas".