Black start: "mecanismo complexo e de progressão lenta" que exige garantias de segurança para evitar que "volte a cair tudo"
Ouvido no Fórum TSF, Jorge Liça, vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, refere que a resposta à questão sobre quais os mecanismos que o sistema elétrico deve ter, em causo de blackout, ecoa no estudo aperfeiçoado e na elaboração de simulacros
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O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros explica que o black start — a reposição de energia a partir do zero — é um "mecanismo complexo e de progressão muito lenta", que exige garantias de segurança, para evitar que "volte a cair tudo".
Ouvido no Fórum TSF desta terça-feira, Jorge Liça defende que o apagão levanta o véu sobre duas questões fundamentais: como garantir que a compra de energia trans-fronteiriça é feita em condições de segurança e, em caso de blackout, que mecanismos deve o sistema elétrico ter?
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros destaca assim a importância de garantir os benefícios do mercado energético ibérico. Mas, para isso, diz, é preciso perceber de que forma é que a compra de energia trans-fronteiriça pode ser feita em condições de segurança.
Este pressuposto implica desde logo uma especial atenção no que diz respeito às "quantidades adequadas de importação ou exportação", que devem ser calculadas com base nas "condições de segurança do sistema elétrico".
Mas agora é preciso também refletir sobre o plano de restabelecimento de energia: "Havendo um blackout, que mecanismos o nosso sistema elétrico deve ter?"
Jorge Liça refere que a resposta a esta questão ecoa num estudo aperfeiçoado deste sistema e na elaboração de simulacros. "E eu julgo que sim. [Os mecanismos do nosso sistema elétrico] estavam perfeitamente estudados e simulados", confessa.
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros sublinha que estas preocupações são fundamentais, até porque a reposição de energia a partir do zero — também chamado black start — "é um mecanismo complexo e de progressão muito lenta", que exige, acima de tudo, garantias de segurança.
"Porque este restabelecimento, se não correr bem, pode voltar a cair tudo", argumenta.
