Bloquistas dizem-se preocupados com orçamento "insuficiente para responder às grandes necessidades".
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusa o PS de "entregar o Orçamento do Estado como se tivesse maioria absoluta no parlamento". A líder bloquista lamenta também que as "propostas de convergência" que o Bloco de Esquerda fez chegar ao governo "não estejam refletidas" no documento.
No final da audiência desta tarde com o Presidente da República, e sem adiantar ainda qual o sentido de voto do partido, a coordenadora do Bloco explicou aos jornalistas que cabe aos socialistas dar "sinais concretos" e não apenas acenar com "enunciados de intenções".
"O sentido de voto do Bloco de Esquerda será definido na reunião da sua direção nacional, como é normal", sublinha Catarina Martins, ressalvando que ainda terá oportunidade de se "pronunciar" sobre isso.
A líder bloquista assinala que o partido fez o trabalho de sempre em nome "da convergência, de um Orçamento que respondesse à habitação, saúde, custos da energia, salários e pensões", enquanto o PS entendeu apresentar um orçamento com "enorme indefinição".
Questionada pelos jornalistas, a coordenadora do Bloco de Esquerda assume com clareza que as propostas do partido ficaram na gaveta do PS. "Registamos que não estão refletidas no Orçamento do Estado, no relatório são abertas algumas portas mas depois não há concretização", lamenta.
Além da coordenadora do Bloco, também estiveram presentes na audiência com o Presidente da República o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, e José Manuel Pureza.
O Bloco de Esquerda diz-se ainda "preocupado" por considerar que o Orçamento do Estado é "insuficiente para responder às grandes necessidades do país e representa uma travagem em relação a leis que já tinham sido aprovadas na anterior legislatura".