O PS lançou um repto no Parlamento para que a Lei de Bases da Saúde seja aprovada e espoletou várias críticas à esquerda.
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O Bloco de Esquerda acusa PS de ser a "carochinha" e de querer casar com PSD na Lei de Bases da Saúde. O debate sobre "dificuldades no acesso dos cidadãos à Saúde" foi marcado por troca de acusações sobre nova Lei de Bases da Saúde, numa altura em que o PS desafia o Parlamento a "aprovar uma Lei de Bases melhor do que a que está em vigor".
O PSD acusou o Governo de ter falhado na gestão do Serviço Nacional da Saúde (SNS) e, perante o cenário, António Sales lançou o desafio à sala.
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"Estão disponíveis, senhores deputados, para pôr a partidarite de lado, esquecer as eleições e ajudar a melhorar o acesso dos portugueses à saúde? Digam sem rodeios. Estão disponíveis para reforçar o SNS? Têm aqui a vossa oportunidade. Estão disponíveis para aprovar uma Lei de Bases que todos reconhecemos é melhor que atual que está em vigor?", questionou o deputado, pedindo que os deputados "assumam a responsabilidade".
Na resposta o PSD não acusou o toque, mas Moisés Ferreira acusou o PS de querer voltar à janela. "Esta parte final da intervenção do deputado António Sales fez do PS um bocadinho a carochinha à janela a dizer 'quem quer casar com a carochinha?' e lança o seu tapete ao PSD e pergunta diretamente 'será que o PSD está disponível a casar com a carochinha que é o PS", atirou o deputado do Bloco de Esquerda.
Moisés Ferreira reforçou ainda que "o PS já teve oportunidade de fazer uma Lei de Bases à esquerda", frisando que o Bloco estava "disponível para o fazer" e que o "caminho" foi feito, bem como "um acordo". Porém, acrescenta, "deixou de haver um acordo porque o PS não quis cumprir o acordo".
Ainda à esquerda, João Dias já tinha levantado o cenário de eventual casamento para a Lei de Bases e as PPP. "De facto, os senhores são mestres no disfarce. A vossa preocupação não é com a saúde dos portugueses, muito menos com o acesso à saúde e com o SNS, a vossa grande preocupação é com os lucros do privado", acusou o deputado comunista.
António Sales respondeu e deixou claro que "o repto não foi lançado para o PSD, foi lançado para a câmara, um repto amplo para consensos parlamentares". Neste sentido, o PS assegurou que não está "enamorado nem pretende casar com ninguém".
Perante a insistência socialista, Miguel Santos, do PSD, não deu uma resposta direta, mas diagnosticou um divórcio. "Espantoso. Quatro anos nos arranjinhos, fizeram o que quiseram, não fizeram o que não quiseram. Quatro anos inteiros e, ao fim de quatro anos, chegaram a uma conclusão. Durante quatro anos acertaram orçamentos, políticas setoriais, medidas concretas e especificas e, ao fim de quatro anos, descobriram que têm um problema ideológico", apontou o social-democrata.
Sem casamento certo na saúde, O PS diz que têm de ser dados passos seguros, até porque, diz, os recursos são finitos.