O bloquista João Semedo considera que esta medida é «absolutamente ilegal», ao passo que o comunista Jorge Pires fala em «clara e gravíssima limitação no acesso aos cuidados de saúde».
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O Bloco de Esquerda vai questionar o ministro da Saúde sobre a suspensão do pagamento de reembolsos directos aos doentes, uma decisão que os bloquistas consideram muito grave e que pode ir mesmo contra a lei.
«Este ministro e este Governo vão pretender reduzir o SNS ao mínimo dos mínimos apesar de ser sustentado pelos impostos que todos os portugueses pagam», afirmou João Semedo, que pretende questionar o ministro Paulo Macedo na audição que já está marcada no Parlamento para o início de Setembro.
Em declarações à TSF, este deputado bloquista considerou «absolutamente ilegal que uma circular da Administração Central dos Sistemas de Saúde possa contrariar aquilo que está legislado enquanto direitos dos utentes do SNS».
«A legislação pode ser revista por legislação, mas não pode ser revista por uma circular interna pondo em causa prestações que são essenciais para muitos cidadãos na exacta medida em que não dispõem de rendimentos suficientes para adquirir esses serviços», acrescentou.
O PCP também vê esta medida «com muita preocupação» e entende que com mais este corte as famílias e as classes mais desfavorecidas terão ainda mais dificuldades, uma vez que há uma «clara e gravíssima limitação no acesso dos portugueses aos cuidados de saúde».
«Para nós, essa é uma questão central e que terá repercussões gravíssimas sobretudo nos grupos mais vulneráveis, sobretudo nos pobres e os velhos», acrescentou Jorge Pires, que lembrou que esta medida tem também «consequências desastrosas nas famílias».
Jorge Pires lembrou que esta medida «incide no rendimento disponível das famílias» e surge depois de um «conjunto doutras medidas que vão no mesmo sentido, ou seja, vamos ter certamente daqui para a frente ou a opção por manter aquilo que é básico na vida familiar ou então reduzir aí para poder pagar medicamentos ou serviço de saúde».